Empresa busca forma sustentável para operar aeromóvel após retirada de composições em Porto Alegre

Empresa busca forma sustentável para operar aeromóvel após retirada de composições em Porto Alegre

Aparelhos foram levados até São Leopoldo e devem ser reformados

Franceli Stefani

Aeromóvel foi retirado nesta quarta

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"O aeromóvel foi um enorme salto na época. Estamos buscando uma forma sustentável economicamente de operar a linha como é hoje. Quando ele foi construído, aqui era uma área remota da cidade. Com a Orla revitalizada, se tornou um cartão-postal. Precisamos usar a estrutura como alternativa de transporte. Remover a construção, hoje, seria um transtorno.” Foi com essas palavras que o CEO da Brasil, Marcus Coester, falou sobre os projetos da empresa para a capital. As duas composições que foram instaladas no Gasômetro, em Porto Alegre, em 1982 foram removidas na manhã desta quarta-feira. 

A estrutura de cerca de um quilômetro em que o veículo transitava não será retirada. De acordo com Coester, o equipamento tinha capacidade de transportar 300 pessoas, mas obsoleto e alvo de vandalismo não tem mais condições de operar. Retirado do local, foi levado até São Leopoldo, no Vale do Sinos, onde fica a sede da empresa. As composições deverão ser reformadas. 

Com relação a estrutura do local, ela passa por uma reavaliação, mas aparenta estar em “perfeitas condições”. Coester garantiu que a intenção de remover o aeromóvel estava na pauta há alguns anos, mas por questões técnicas, foi realizada agora. “Na época ele foi construído com propósito de desenvolvimento tecnológico e científico, o que foi cumprido”, detalhou. Agora, a empresa que já apresentou proposta à prefeitura, pretende fazer uma revitalização no trecho e relançar uma linha voltada ao turismo. “Pode ser feita uma linha de demonstração com foco no turismo, estações temáticas com apresentações culturais ou cafés. Basta um rearranjo na estrutura já existente. Cada uma das estações teria alguma atração que permitisse ao visitante ficar algum tempo”, reforçou. O horário, segundo ele, poderia ser flexível, assim como operava até 2008. 

Posição do município

O Executivo recebeu com bons olhos a proposta, mas o secretário de Parcerias Estratégicas, Thiago Ribeiro, afirmou que a Procuradoria-Geral do Município (PGM) está analisando a situação e deverá apresentar uma posição em breve. “Eles nos apresentaram uma manifestação de interesse de gerir o espaço, através de um estudo que contempla a recuperação do trecho existente e a sua operacionalização, de caráter piloto, com viés turístico”, detalhou. 

Ribeiro informou que foi oferecida também a ampliação da linha em outros dois trechos, além do que já existe. No primeiro iria até as proximidades do shopping Praia de Belas e o segundo até as proximidades do Joquei Club. A ideia contemplaria a orla. “Tem um ponto fundamental para conhecer o modelo a ser aplicado que é análise jurística sobre a possibilidade disso. A empresa defende que como ela fez os investimentos no passado, o Executivo poderia autorizá-la a operar sem licitação porque se trata de um empreendimento privado, mas é uma interpretação que está sob análise”, destacou. 

Conforme o gestor, toda parceria público-privada, que ofereça um serviço superior à população sem investimento público, que seria o caso apresentado, é vista como positiva. “Essa é o meu entendimento. Idealmente. O ponto é, não faremos qualquer procedimento contra a jurisprudência estabelecida”, ponderou. Ribeiro acrescentou que com o crescimento de visitantes no espaço revitalizado do Guaíba faz o poder público pensar na mobilidade turística para o local. “Os jovens podem aproveitar a região, correr, fazer longas caminhadas, utilizar as bicicletas e os patinetes, porém famílias inteiras, com avós, não vão conseguir andar tantos quilômetros”, disse. A proposta de recuperação do aeromóvel, com ou sem processo licitatório, pode ser uma alternativa.


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