Escola de Guaíba fica 80% destruída após temporal, estima diretora

Escola de Guaíba fica 80% destruída após temporal, estima diretora

Município decretou situação de emergência por conta das fortes chuvas

André Malinoski

Estado que escola ficou depois do temporal

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Um dos locais mais destruídos depois da passagem do temporal em Guaíba, nessa segunda-feira, foi a Escola Estadual de Ensino Fundamental Carmen Alice Laviaguerre, localizada na avenida Osvaldo Jardim, 500. O muro foi derrubado e havia pedras e todo tipo de resto de construção espalhados pela instituição. Parecia que uma bomba tinha explodido bem em cima do lugar. “Cerca de 80% da escola foi destruída. O telhado e o refeitório foram as áreas mais prejudicadas”, explicou a diretora Carla Salazar.

Conforme a dirigente revelou, a Coordenadoria Regional de Obras Públicas e a Secretaria de Educação (Seduc) do município, além da própria prefeitura, já estiveram no local para fazerem um levantamento dos estragos. “Nossa escola atende alunos do município e do Estado, e o ano letivo deveria começar no dia 21 de fevereiro. No total, temos 900 alunos”, acrescentou a vice-diretora Rosângela Pires.

Diretora afirma que parecia que bomba tinha atingido a escola | Foto: Alina Souza 

Moradores da cidade relataram momentos de desespero em razão das fortes chuvas. O estrondo foi horrível. Achei que minha casa estava caindo e me escondi debaixo da mesa com minha neta. Foram pelo menos uns dez minutos de terror”, lembrou a cabeleireira Simone Assis, de 45 anos. "O temporal destruiu a casa do vizinho e caiu tudo em cima da minha”, mostrava Simone em meio a destroços de concreto, madeira e sujeira. “Tenho seguro da casa, mas não sei como será para reaver tudo o que perdi”, compartilhava sua preocupação. 

A diarista Eloá Boeira Vidal, 60, acompanhava ao lado de uma vizinha o cenário da destruição. “Foi tipo um tornado, que derrubou as árvores e arrancou telhas. As pessoas ficaram desesperadas”, recordou, dizendo que estava preocupada com a geladeira de sua casa por causa da falta de luz. 

Trabalhos depois do temporal 

Guaíba decretou estado de emergência depois do temporal. O município concentra os esforços em atender a população afetada pelas fortes chuvas. De acordo com o Diretor de Governança da prefeitura local, Luís Maffini, os estragos ocorreram principalmente nos bairros Cohab e Santa Rita, que juntos têm cerca de 20 mil moradores. "É uma situação de terror, parece uma guerra. Nós nunca tínhamos passado por uma situação dessas", ressalta.  

No Santa Rita foi instalado um QG para ajudar a população, em frente Atual Supermercados, localizado na avenida Lupicínio Rodrigues. O espaço também atende moradores do bairro Cohab. De acordo com a prefeitura na manhã de hoje, já haviam sido atendidas 3 mil solicitações de moradores precisando de lonas para solucionarem de forma emergencial os destelhamentos de suas casas. "Muita gente acaba não chegando até os nossos serviços porque as próprias pessoas vão se ajudando em comunidade", diz o diretor de Governança.

Tipo de fenômeno que atingiu Guaíba 

A administração de Guaíba suspeita que tenha ocorrido na cidade um tornado. A Metsul Meteorologia, no entanto, destaca que uma análise preliminar não indica o fenômeno no município. "O temporal que atingiu o município de Guaíba está, seguramente, entre os mais intensos que já atingiu a cidade. A ferocidade do vento e a gravidade dos anos observados que chocam o observador, por óbvio, leva muitas pessoas a suspeitarem de tornado. Tornado é um fenômeno que atravessa uma faixa limitada de terreno, deixando um rastro de destruição numa espécie de linha (irregular) por onde passa. Os danos observados na cidade de Guaíba ocorreram numa zona muito ampla em que os danos estão dispersos por muitos pontos", esclarece. 

 

*Com informações do repórter Lucas Eliel 


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