Escola debate desenvolvimento da imunização contra o novo coronavírus

Escola debate desenvolvimento da imunização contra o novo coronavírus

Evento marcou o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador

Christian Bueller

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Otimismo por uma vacina contra a Covid-19 ainda em 2020. Para marcar o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador, a Escola de Saúde La Salle/Santa Casa promoveu um debate online sobre o desenvolvimento da imunização contra o novo coronavírus. Os convidados, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, e o infectologista da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e professor da Ulbra, Claudio Stadnik, conversaram sobre o tema.

Covas explanou sobre a parceria entre o Instituto Butantan e a empresa biofarmacêutica Sinovac, que iniciou os testes para fase 3 de sua potencial vacina. “A duração é de seis meses e temos a expectativa de testar a eficácia até dezembro deste ano”, informou. No momento, 136 vacinas estão em desenvolvimento no mundo. Doze estão em fase 1, de avaliação clínica. “Três estão na fase 3 em andamento, para poder aplicar na unidade para ver se a vacina é efetiva”, contextualizou. Ele explicou que o tempo curto para a criação da vacina se deu porque os cientistas chineses já haviam trabalhado com outro coronavírus, o SARS, e puderam desenvolver estudos a partir disso. “Há teorias conspiratórias, mas a realidade é outra”.

A Coronavac, como é chamada a vacina, será testada 9 mil voluntários, profissionais da saúde distribuídos nos estados de Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Paraná, além do Distrito Federal. O custo total é de R$ 83 milhões. “Passaremos por uma série de protocolos. Enquanto o Butantan absorve a tecnologia, a Sinovac fornecerá a vacina, para que seja formulada, envasada e fornecida ao Brasil, no máximo no início de 2021”, explicou Covas. Um dos centros de pesquisa desta fase da vacina é no Hospital São Lucas da PUC, em Porto Alegre.

Para o médico Claudio Stadnik, ainda não se sabe se haverá uma segunda onda da doença, como ocorre em alguns países europeus. “Há uma previsão teórica de que, se 60% a 70% de pessoas tivesse imunidade, o vírus não circularia. Mas o coronavírus surpreendem em vários aspectos. E não se sabe quanto tempo uma pessoa ficará imune após contrair a doença ou se vacinar”, salientou o infectologista. Para Stadnik, o achatamento na curva de contágio no RS, no início da pandemia, foi importante para a preparação das equipes de saúde para o atual momento. “Se não fosse assim, muito mais pessoas teriam morrido nas emergências”, afirmou. O encontro virtual foi mediado pelo médico, professor e pesquisador da Universidade La Salle, Márcio Boniatti.


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