Espanhóis saem para passear e parte do mundo inicia desconfinamento

Espanhóis saem para passear e parte do mundo inicia desconfinamento

Após mais de 25 mil mortes por Covid-19, país avançou nas medidas de flexibilização do isolamento

AFP

Após 48 dias de confinamento, espanhóis foram autorizados a sair para as ruas

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Os espanhóis saíram para passear ou praticar esportes neste sábado, após 48 dias trancados em suas casas, enquanto o desconfinamento da população em outras partes da Europa e dos Estados Unidos começou com cautela, à medida que a pandemia do novo coronavírus começa a perder força.

Em Madri, perto do grande parque do Retiro, que ainda está fechado, muitos habitantes foram dar uma volta, alguns em grupos, segundo a agência de notícias AFP.

“Depois de tantas semanas confinado, estava louco para sair e correr e ver as pessoas. Ontem, eu parecia uma criança no Dia de Reis”, disse Marcos Abeytua, um consultor financeiro de 42 anos que mora no bairro de Chueca, centro de Madri.

“Vou sair pela primeira vez para uma pequena caminhada”, disse à AFP Amalia García Manso, 87 anos, usando máscara e luvas, enquanto descia lentamente a Calle Mayor, no centro de Madri, apoiada em sua bengala e no braço da filha.

Até então, os espanhóis podiam sair de casa apenas para ir trabalhar – caso o trabalho remoto fosse impossível –, comprar comida, ir à farmácia, ao médico ou fazer pequenos passeios com cães. 

A partir de agora, os espanhóis devem respeitar faixas de horário, para evitar multidões e manter distantes crianças e idosos, que não poderão sair nos mesmos intervalos. A tarde é reservada para os menores de 14 anos, que podem sair acompanhadas por um adulto.

A Espanha planejou o fim do confinamento progressivo, que vai até o fim de junho. Além disso, o chefe de governo, Pedro Sánchez, anunciou a obrigatoriedade do uso de máscara de proteção nos transportes públicos a partir desta segunda-feira.

O governo distribuirá 6 milhões de unidades no país na própria segunda-feira e dará outros 7 milhões para prefeituras e províncias, para que sejam distribuídas.

Em outros países europeus, como Itália, França e Alemanha, os governos também vão relaxando, gradualmente, as medidas de confinamento – uma decisão que continua subordinada à evolução do número de mortos e dos casos de contágio, e que exige medidas de proteção e distanciamento social dos cidadãos. O objetivo é evitar uma segunda onda de infecções.

“A partir de segunda-feira, depende de vocês”, advertiu na Itália o chefe da Defesa Civil, Domenico Arcuri, pedindo à população que “não baixe a guarda” durante a saída do confinamento. Do dia 4 em diante, os italianos poderão passear pelos parques e visitar seus familiares, após dois meses de quarentena.

Nos Estados Unidos, o país mais afetado pela pandemia no mundo, os estados também estão avançando na suspensão das medidas de confinamento. Em meio a isso, a Agência Americana de Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) aprovou com urgência um antiviral experimental, o remdesivir. Segundo a FDA, o remédio contribui para uma recuperação mais rápida dos pacientes com Covid-19.

No total, a pandemia do novo coronavírus causou mais de 240 mil mortes no mundo e 3,3 milhões de casos de contágio desde o seu surgimento, na China, em dezembro passado, conforme um balanço da AFP feito com base em fontes oficiais.

O país mais atingido no número de mortes ainda é os Estados Unidos, com mais de 65 mil à frente de Itália (28.710 mortos), Reino Unido (28.131), Espanha (25.100) e França (24.760).

Com 1.222 óbitos, a Rússia anunciou um recorde de cerca de 10 mil mortos nas últimas 24 horas. Em torno de 2% dos residentes de Moscou – mais de 250 mil pessoas – sofrem da doença, disse o prefeito da capital russa, Sergey Sobianin, neste sábado, citando os resultados dos testes de detecção.


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