Estamos trabalhando para mostrar 100% dos dados, diz Pazuello

Estamos trabalhando para mostrar 100% dos dados, diz Pazuello

Ministro interino da Saúde afirmou que não haverá mais uma hora para a divulgação

R7

Pazuello quer acompanhar gastos de Estados e municípios

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O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que seu ministério não tem interesse de esconder dados. "Ao contrário do que está se discutindo na mídia, nós estamos trabalhando para mostrar 100% dos dados."

"Os dados precisam ser completos e sem nenhuma dificuldade de acesso", declarou.

Segundo ele, a busca de todas as informações sobre a doença desde o início da pandemia é um pedido do presidente Jair Bolsonaro. "Estamos trabalhando incessantemente para detalhar os dados (do início da doença em cada paciente até a localização exata dos casos). Se atrasou um pouco, peço desculpas", disse Pazuello.

O titular momentâneo da pasta, que assumiu com a saída do antecessor Nelson Teich, em meados de maio, também afirmou que não haverá mais uma hora específica para a divulgação. "O horário será 24 horas, assim que chegar da secretaria estadual, já entra na plataforma. A qualquer momento."

O interino pediu apenas compreensão para o caso de alguns Estados atrasarem suas informações, o que acabará impactando na soma total dos dados.

Desde quinta-feira da semana passada, o governo passou a divulgar a atualização de casos e óbitos às 22h, e não mais às 19h, como vinha ocorrendo. Na gestão de Luiz Henrique Mandetta, eles começavam a ser informados às 17h.

Pazuello desmentiu a especulação de que o objetivo de sua gestão é reduzir o número de mortos pelo novo coronavírus e assim esconder o impacto da doença no país. De acordo com ele, sua preocupação foi sempre evitar que várias mortes do país deixassem de ser catalogadas como Covid-19, e não o contrário. "Nunca falei em hipernotificação, mas em subnotificação, foi isso que combati."

Segundo diversos estudos, o número de casos e mortes no país é subnotificado. Isto é, representa apenas parte dos registros.

O presidente Bolsonaro, em declarações recentes, deu a entender que médicos do país estariam diagnosticando a doença mesmo quando ela não seria a responsável pela morte. "Tudo vira Covid", disse a apoiadores na frente do Palácio da Alvorada na semana passada. 

Longo discurso

Em seu longo depoimento na reunião dos ministros, nesta manhã, o ministro interino disse também que acredita que as grandes capitais do país começam a mostrar que atingiram o ápice da doença e que o deslocamento da Covid-19 para as cidades menores poderá ser suprido com a estrutura criada nas cidades maiores. 

Pazuello também afirmou que faz questão de acompanhar que destino terá o dinheiro repassado pelo governo federal a Estados e municípios. Afirmou ainda que R$ 48,8 bilhões passaram pelo Ministério da Saúde para o combate à pandemia, já foram distribuídos 11,3 milhões de medicamentos, entre os quais 2,9 milhões de comprimidos de cloroquina. Também foram entregues 115 milhões de itens de epi (equipamento de proteção individual) para profissionais de saúde e 10 milhões de testes aos Estados do país.


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