Estudantes da Ufrgs ajudam contra Covid-19 na linha de frente

Estudantes da Ufrgs ajudam contra Covid-19 na linha de frente

Alunos atuam ao lado de professores e médicos em unidades de saúde e no Hospital de Clínicas

Christian Bueller

Estudantes se voluntariaram para combate à doença

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Estudantes de Medicina e Enfermagem da Ufrgs participam de ações na linha de frente no combate à Covid-19. De forma voluntária, preferiram seguir trabalhando e aprendendo, na prática, com a realidade de uma pandemia. Eles atuam ao lado de professores e profissionais graduados em unidades de saúde e Hospital de Clínicas. Experiência que encaram como enriquecedora para o futuro em suas profissões.

Juliana Kerber, 24 anos, está no quinto ano de Medicina e faz estágio na Unidade de Saúde Santa Cecília, onde duas equipes, com 12 acadêmicos cada, se dividem entre o atendimento presencial e telessaúde. “Fazemos orientações aos pacientes, separando os que têm problemas respiratórios dos que desenvolvem outros sintomas. Além dos conhecimentos de saúde, ajudamos a lidarem com seus medos, tranquilizando sempre que possível”, conta. Juliana percebe os aprendizados adquiridos no combate ao novo coronavírus, ainda que isso acarrete na distancia da família. “São todos de Poço das Antas, município perto de Lajeado. Para vê-los, só por chamadas de vídeo mesmo. Mas é melhor assim, para a proteção de todos”, diz.

No mesmo posto de saúde, o futuro colega de profissão Thiago Krampe, 24 anos, colaborou na vacinação aos idosos contra a gripe, grupo de risco da Covid-19. Assim como Juliana, encontrou muitos pacientes preocupados com a pandemia. “É gratificante poder estar ali levando algum conforto à sociedade”.  A carga horária foi reduzida para evitar o risco de contágio, mas as escalas de trabalho continuam. “Desde o começo da pandemia, eu estava dentro do Hospital, e vivemos uma situação de ansiedade por conta das informações vagas e desencontradas. Não sabíamos como seria com os equipamentos de proteção ou se as nossas atividades seriam mantidas”, relata o estudante, que retornou ao estágio curricular obrigatório, mas com uma vivência marcante. “Um trabalho em meio a um cenário de pandemia traz um crescimento com certeza”, completa.

Aluno de Enfermagem no último ano do curso, Felipe Adonai Pires Soares, 25 anos, prestou atendimento desde crianças e adolescentes, como do Instituto Pão dos Pobres, até idosos em geriatrias. “É um misto de sensações, há medo e ansiedade, mas também é bom saber que estamos trabalhando em favor de algo maior”, salienta. Para ele, que já voltou a atuar na emergência de Hospital de Clínicas, a receptividade das pessoas atendidas foi o que mais marcou. “As crianças diziam que também gostariam de ser profissionais da saúde”, relembra. Felipe espera que seja possível fazer a festa de formatura nos moldes habituais. “Seria entre junho e julho deste ano. Até brinco com os meus colegas de curso, seremos lembrados como os ‘egressos da pandemia’”. 


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