Estudo aponta áreas com muito barulho em Porto Alegre

Estudo aponta áreas com muito barulho em Porto Alegre

Emissões sonoras elevadas podem causar danos à saúde, de acordo com engenheira

Cíntia Marchi

Emissões sonoras elevadas podem causar danos à saúde, de acordo com engenheira

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Um levantamento da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) mostrou que diversas regiões de Porto Alegre registram emissões sonoras acima dos níveis aceitáveis. A área central da Capital é a mais crítica, especialmente, no entorno da rodoviária. Há pontos preocupantes também nas três perimetrais da cidade, onde é maior o fluxo de veículos, sobretudo na localização dos viadutos.

De acordo com a engenheira civil da Smam, Nara Schimitt, que apresentou nesta terça-feira o estudo na secretaria, as medições feitas nesses pontos registraram de 75 a 80 decibéis, número muito superior do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O órgão aponta que a exposição ao ruído acima de 55 decibéis passa a ser prejudicial à saúde.

Segundo Nara, nem os parques mais populares da cidade, Redenção e Moinhos de Moinho, escapam de níveis de alerta. “Esses dois lugares estão no limite. Apenas no interior dos parques é que os níveis de pressão sonora estão conservados. O aceitável para um ambiente de lazer como esses é até 65 decibéis, e eles já estão com 63”, divulga a engenheira. Quanto mais elevados os ruídos, maior a preocupação com saúde da população exposta a eles. “Existem consequências cumulativas. Estudos mostram que, com o tempo, a pessoa pode ter problemas cardiovasculares, depressão, cefaleias”, alertou.

A engenheira diz que algumas intervenções no sistema viário da cidade podem ajudar a tornar os ruídos menos desconfortáveis, como alargamento da via, substituição de paralelepípedo por asfalto, construção de barreiras para que a onda sonora não se alastre. Nara explica que cabe à Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) a fiscalização dos veículos barulhentos e é de responsabilidade da Smam a fiscalização de locais fixos como casas noturnas, supermercados, shoppings.

Os prédios novos têm que se adequar uma norma de desempenho que, desde 2012, estabelece critérios para reduzir as emissões sonoras para o ambiente interno. “Na hora do licenciamento, cobramos que tudo esteja de acordo com a norma. Mas, se houver reclamações, a equipe faz as medições e exige as adequações do estabelecimento”, explicou.

A Smam começou a fazer o estudo em 2005, no sistema viário. Em 2013, estendeu as medições aos principais parques e outros pontos. O diagnóstico contribui na qualificação do planejamento urbano, além de organizar atividades de prevenção e controle de ruído na cidade.

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