Estudo descarta vínculo entre o câncer e uso prolongado do celular
Descobertas não descartaram a possibilidade de "risco pequeno a moderado"
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Pesquisas anteriores sobre uma possível relação entre o uso de celulares e tumores cancerosos tinham sido inconclusivas, parcialmente devido à falta de dados de longo prazo. Em junho, a Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde classificou a radio-frequência de campos magnéticos emitida por celulares como "possivelmente carcinogênica para humanos".
O novo estudo é a sequência de uma pesquisa anterior, que comparou o risco de câncer enfrentado por todos os assinantes de telefonia celular na Dinamarca - umas 420.000 pessoas - com o restante da população adulta. A pesquisadora de pós-doutorado da Sociedade Dinamarquesa de Câncer Patrizia Frei e colegas examinaram registros de saúde entre 1990 e 2007 de 358.403 assinantes de celulares.
No total, foram diagnosticados 10.729 tumores do sistema nervoso central. Mas entre as pessoas que fizeram uso mais prolongado do telefone celular - 13 anos ou mais -, as taxas de câncer foram quase as mesmas dos não-assinantes. "O acompanhamento estendido nos permitiu investigar os efeitos nas pessoas que utilizaram telefones celulares por 10 anos ou mais, e este uso de longo prazo não esteve associado com riscos maiores de câncer", concluiu o estudo.
As descobertas, no entanto, não descartaram a possibilidade de um "risco pequeno a moderado" para usuários muito intensos, ou pessoas que utilizam os aparelhos por mais de 15 anos. "Estão garantidos estudos mais aprofundados com populações de análise maiores onde o potencial de má classificação da exposição e seleção tendenciosa seja minimizada", afirmaram os cientistas.
Em um comentário, Anders Ahlbom e Maria Feychting, do Instituto Karolinska, da Suécia, disse que a nova evidência é tranquilizadora, mas pediu uma monitoração contínua dos registros de saúde. O mundo tem cerca de cinco bilhões de telefones celulares registrados no mundo, um número que continua a aumentar fortemente, juntamente com a quantidade média de tempo usado em sua utilização.
O IARC não fez recomendações formais, mas seus especistas indicaram, em junho, uma série de medidas pelas quais os consumidores podem reduzi-las. O uso de mensagens de texto e fones de ouvido para chamadas de voz reduz em pelo menos dez vezes a exposição à radiação potencialmente prejudicial, em comparação com o uso do telefone próximo ao ouvido, afirmaram.