Falha da Soyuz suspende voos tripulados à Estação Espacial Internacional

Falha da Soyuz suspende voos tripulados à Estação Espacial Internacional

Astronauta e cosmonauta tiveram de ativar procedimento de emergência durante lançamento

AFP

Astronauta e cosmonauta tiveram de ativar procedimento de emergência durante lançamento

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A "companhia de táxis" da Rússia para a Estação Espacial Internacional (ISS) não levará mais passageiros até novo aviso. Os foguetes Soyuz, que têm sido os transportadores exclusivos de todos os astronautas do planeta à ISS desde 2011, ficarão em terra até que seja concluída a investigação da agência espacial russa sobre as causas da falha de um foguete que levava um russo e um americano, nesta quinta-feira no Cazaquistão.

O astronauta Nick Hague e o cosmonauta Alexey Ovchinin tiveram que ativar o procedimento de emergência para separar a sua cápsula do foguete, apenas dois minutos depois da decolagem, e retornar à Terra, e sua queda foi amortecida pelos paraquedas. Ambos estão sãos e salvos.

O próximo lançamento de um foguete Soyuz, com três novos membros da tripulação à ISS, estava programado para 20 de dezembro, mas todos os voos foram suspensos enquanto a investigação durar.  "Se serão dois ou seis meses realmente não posso especular sobre isto", disse o gerente de integração de operações da ISS, Kenny Todd, aos jornalistas. No mínimo, a suspensão pode estar vigente por "vários meses", disse Erik Seedhouse, professor da Universidade Aeronáutica Embry-Riddle, na Flórida.

O especialista recorda que as naves Progress, que somente levam provisões, mas cujo lançadores são similares ao foguete que teve problema nesta quinta, também tiveram inconvenientes em 2015. "No caso atual, são veículos tripulados, de modo que as investigações deverão ser ainda mais rigorosas", explica.

A Agência Espacial Europeia já reconheceu que o incidente modificará o calendário da ISS. E não descartou que os três membros atuais da tripulação da ISS, o alemão Alexander Gerst, a americana Serena Aunon-Chancellor e o russo Serguei Prokopiev, tenham que permanecer mais tempo que o previsto. A previsão era que eles retornassem à Terra em dezembro. Em geral, a ISS tem cinco ou seis pessoas a bordo para missões de seis meses. Eles se revezam e a ISS tem estado habitada desde novembro de 2000.

Um possível problema é que a nave que lhes permite retornar à Terra, que já está na ISS, tem um limite de 210 dias desde que se acoplou ao laboratório orbital em julho, devido às baterias instaladas a bordo, segundo Erik Seedhouse. Em teoria, isso coloca janeiro como o prazo limite para a volta ao nosso planeta.

Este é o único fator limitante real, acrescenta John Logsdon, especialista americano em história do Espaço e professor emérito da Universidade George Washington. Em termos de provisões, a tripulação pode se manter por muitos meses, e a ISS recebe reposição de alimentos regularmente por missões de carregamento japonesas e americanas.

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