Família Sem Fronteiras se aventura pelo Brasil

Família Sem Fronteiras se aventura pelo Brasil

Eles viajam por diferentes países da América do Sul em um motorhome desde 2019

Felipe Samuel

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Viajar por diversos países sempre foi o sonho do casal Mariano Juchnowicz e Geraldine Chapochnick. Eles decidiram vender tudo o que tinham em Buenos Aires para iniciar, em 2019, uma jornada pela América do Sul. E o que era para ser apenas uma aventura acabou se transformando em estilo de vida para a família. Na companhia dos filhos Yehuda, 10, Noam, 9, Luba, 7, e Maor, 4, o casal se mantém há três anos e meio na estrada. A bordo de "La Indomable", um motorhome modelo OM-321H, ano 1959, a família conheceu a maioria dos países do continente. Após um período na Argentina, eles resolveram passar uma temporada no Brasil.

A ideia é percorrer parte da costa brasileira até chegar a Búzios, no Rio de Janeiro, onde pretendem ficar até o final do ano. Antes de chegar ao destino final, a família Chapochnick passou por Porto Alegre no final de junho. O sonho de conhecer a América do Sul e os desafios de viajar e educar quatro crianças são retratados nas redes sociais da família (Instagram, Youtube e Tiktok) e no site sinfronterasfamily.com. No Instagram, o perfil @familiasinfronteras apresenta fotos e vídeos das viagens por oito países. Em 44 meses de estrada, os Chapochnick percorreram mais de 50 mil quilômetros e conheceram 92 cidades.

Natural de Santiago, no Chile, Geraldine, 34, é produtora de conteúdo de marketing digital. Além de administrar as redes sociais da família, onde oferece dicas de restaurantes e locais para visitar, ela faz a gestão de outros perfis. "Conseguimos custear as viagens com recursos obtidos através desse trabalho. E fazemos a gestão de contas de empresas nas redes sociais. Produzimos conteúdo para marcas, mas também manejamos outras contas que não são do Família Sem Fronteiras", explica. Entre as histórias marcantes durante a viagem, Geraldine lembra do início da pandemia de Covid-19, que obrigou a família a ficar na Colômbia.

"Ficamos um ano 'encerrados' na Colômbia, sem poder sair. Queríamos cruzar a América Central e América do Norte, mas por conta da pandemia não conseguimos", lembra. Mesmo com início da viagem complicado por conta das restrições em função da pandemia, ela afirma que o desejo de conhecer outras culturas e viver a vida na estrada são o principal estímulo para seguir em frente. "Estávamos buscando uma maneira pessoal de ser família e educar as crianças. A viagem é uma desculpa para encontrar uma maneira própria de viver", destaca. Com 69,6 mil seguidores no Instagram, o perfil da família muitas vezes serve para tirar dúvidas de internautas.

Um dos temas mais questionados pelos usuários é a educação dos filhos. "Eles participam de um programa a distância internacional. O conteúdo é enviado pela página da escola e eles têm que enviar os exames online. Não é fácil ser professora das crianças, é o mais difícil", reconhece. Para 2023, a família tem outros planos. "A nossa ideia é viajar pelos Estados Unidos, mas nunca se sabe. Nos propusemos e vivemos de acordo com o que o coração indica", resslta. Natural de Buenos Aires, Juchnowicz, 43, é mestre em artes marciais e produtor de conteúdo de marketing digital. Ele e a esposa se conheceram em Santiago, no Chile, onde estudavam teatro. Casados desde 2009, começaram a planejar a viagem em 2015, após a mudança de Santiago para Buenos Aires.

A compra do motorhome, sacramentada em 8 de outubro de 2018, simbolizava o início da aventura. "Paguei com muito sacrifício, com muito dinheiro. Vendemos tudo que tínhamos em casa, refrigerador, carro, mesas, tudo que tinha em casa", revela. Mas conhecer outras culturas sempre foi o sonho do casal, que abandonou a carreira nos palcos. "O contato com as pessoas, a experiência de conhecer novas culturas, de poder conhecer lugares, casas, as pessoas, como vivem, como ficam, o que comem, e compartilhar tudo isso é o mais gratificante. Eu compartilho também diferentes estratos sociais. A gente bate na porta de gente muito rica, bate na porta de um povo muito pequenino, gente do campo, que não tem muitos recursos. E compartilhar de igual para igual é muito gratificante. Fico até arrepiado e emocionado de recordar esses momentos", afirma.

A vida na estrada impõe desafios extras. Na estadia em Porto Alegre, Juchnowicz escolheu o estacionamento na Orla do Guaíba para fazer uma parada. O espaço vazio foi um convite para as crianças andarem de bicicleta, que são transportadas no motorhome junto com patins e outros brinquedos. "Aqui somos pais, professores, cozinheiros, mecânico, trabalhadores de limpeza, tudo. Ficamos 24 horas, sete dias por semana, os seis juntos todo o tempo", reforça. Como as viagens são longas, a família alivia a saudade dos parentes por meio de conversas pelo aplicativo Whats App. "Sempre que possível mantemos contato por internet, mandamos fotos. Toda a família nos segue no Instagram, então sabe onde estamos, onde ficamos e o que fazemos", frisa


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