Federasul volta a criticar decisão de fechamento do comércio por prefeitos da região Sul

Federasul volta a criticar decisão de fechamento do comércio por prefeitos da região Sul

Movimento, liderado por Pelotas, foi reprovado no evento "Tá na Mesa"

Jessica Hubler

Evento ocorreu de forma online

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Mais uma vez a Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) condenou a decisão dos 14  prefeitos da região Sul do Estado, liderados por Pelotas, de promoverem o fechamento das atividades, inclusive essenciais, bem no período de folha de pagamento (final de maio) promovendo uma espécie de lockdown que paralisou as cidades.

A entidade, que elogiou a nova política de distanciamento social, anunciada pelo governo do Estado, conhecida como 3As, reconheceu que sua principal característica está no não fechamento da atividade produtiva durante o combate à pandemia do novo coronavírus.

Para repercutir os efeitos causados pelo fechamento da atividade econômica em 14 municípios, a Federasul ouviu, no evento Tá na Mesa, o presidente do Sinduscon Pelotas e coordenador da Aliança Pelotas, Fabrício Iribarrem, o prefeito de Jaguarão, presidente do Consórcio Público Extremo Sul, Favio Telis e o vice-presidente de Micro e Pequenas Empresas da Federasul, Rafael Goelzer. A coordenação do evento foi feita pelo vice-presidente de Integração, Rodrigo Sousa Costa.

Conforme Costa, o novo plano de distanciamento social do Estado vem a atender um pleito da Federasul ao longo de todo o ano de 2020, que pedia por mais autonomia dos prefeitos que conhecem melhor a realidade das suas cidades para que em conjunto com as suas comunidades, especialmente com a classe produtiva, conseguissem conciliar a proteção à saúde com a questão econômica e a questão social. "Mantendo a renda e os empregos dos gaúchos para evitar esse caos de vulnerabilidade social que estamos observando", enfatizou.

Dos 22 municípios da região Sul, integrantes da área abrangida pela decisão de lockdown, oito não fizeram. Entre eles, o de Jaguarão. “Não adianta fechar as atividades, os dados mostram que quem fechou não reduziu a proliferação da pandemia que, esta sim, foi alimentada pelas aglomerações que ocorreram antes e após o lockdown”, sintetizou o presidente do Sinduscon Pelotas e coordenador da Aliança Pelotas, Fabrício Iribarrem.

Iribarrem denunciou aglomerações em filas de supermercados e no transporte público às vésperas do lockdown em Pelotas e novamente nos bancos logo após o “feriadão” compulsório em plena folha de pagamento e disse que o fechamento da atividade econômica, para quem pode, significa um feriadão onde as pessoas não respeitam o distanciamento.

Já, o prefeito Favio Telis acredita que o caminho correto é salvar as populações na forma ampla da palavra. “Não é só uma questão de saúde pública”, disse e lembrou que no país vizinho, onde os free shops estavam abertos, as filas foram enormes com visitantes dos municípios em lockdown. “Vivemos um momento que não tem saúde sem economia”, concluiu.

Para o vice-presidente de Micro e Pequenas Empresas da Federasul, Rafael Goelzer, os dados oficiais mostram que os oito municípios que foram contrários ao fechamento de atividades, possuem na sua média 40% menos óbitos relacionados à Covid-19 por 100 mil habitantes do que a cidade de Pelotas que, reiteradamente, promoveu fechamentos compulsórios das atividades econômicas.

Segundo ele, a atividade produtiva é parceira no controle do vírus e o Estado acertou no novo modelo de distanciamento. “Esse tipo de política mostra que está faltando gestão à prevenção da Covid-19 em alguns municípios”, concluiu.


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