Feirão de Empregos tem longas filas em Porto Alegre

Feirão de Empregos tem longas filas em Porto Alegre

Mais de 980 vagas são oferecidas

Felipe Nabinger

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A fila começou a se formar já o início da madrugada. São pessoas que, diante do desemprego e das dificuldades econômicas em plena pandemia, buscam uma das mais de 980 vagas no Feirão de Empregos do Sine Municipal, que vai até a próxima quinta-feira. Ainda no final da manhã desta terça-feira, o contingente de pessoas dava voltas na avenida Sepúlveda, entre as avenidas Mauá e Siqueira Campos. Conforme os organizadores, mais de 200 pessoas haviam sido atendidas até aquele momento, mas no total estima-se que 500 pessoas ainda aguardassem na fila.

“No segundo semestre do ano passado começamos a fazer feirões descentralizados mensalmente. Como estamos no mês de aniversário da Capital, resolvemos fazer um grande feirão central alusivo”, explica o coordenador do Sine Municipal, Adriano Weinmann.

Com apoio da Secretaria Extraordinária para os 250 anos de Porto Alegre, cinco tendas foram instaladas em frente a entrada do Sine, onde quem já havia passado por um primeiro atendimento aguardava direcionamento a estandes de empresas participantes ou de instituições de ensino. “Trouxemos escolas voltadas a qualificação profissional que estão aqui ofertando bolsas. Muitas vezes há vagas, mas falta capacitação”, enfatiza Weinmann.

Pessoas são distrubuídas em tendas para atendimento | Foto: Guilherme Almeida 

Relatos 

Cláudio Jesus Soares Rodrigues, 59, desempregado há um ano chegou ao local por volta das 7h. “Acho que tinham umas 200 pessoas na minha frente”, diz. Ele aguardava buscando por vagas de zelador, porteiro, vigilante ou motorista. “Está bem difícil. Tenho família que depende de mim. Minha principal preocupação é ter dinheiro para comprar o pão e o leite da criança”, disse Rodrigues, que mora com a esposa e uma neta pequena.

Já na área dos estandes das empresas, Eric Antunes dos Santos, 45, fora atendido na busca por vagas nas áreas administrativa ou operacional. Desempregado há quatro meses, ele aprovou o formato do feirão. “Achei bem mais rápido. Tem empresas que recebem teu currículo por e-mail e não te respondem nunca”, afirmou. Dionathan de Lima Becker, 21, aguardava para receber o encaminhamento através de uma empresa de recursos humanos. “Estou precisando. Tenho uma filha de um aninho e tenho que correr atrás. Tive que vender coisas para garantir o sustento para minha filha”, diz o jovem desempregado há seis meses.

Alex Theo Costa, 39, desempregado há um ano, viu-se obrigado a interromper o curso universitário de Engenharia. “Há pouco fiz um curso de eletricista. Meus pais me dão um apoio”, disse Costa, que mora com a esposa e uma filha de um ano e três meses. Debaixo de uma fina garoa, ele garantiu que isso não o incomodava. “Se tiver que ficar na chuva, fico. Se tiver que voltar amanhã, volto sem problema nenhum”, afirmou.

Além da intermediação das vagas, com 20 empresas alternando entre os três dias de evento, o feirão oferece palestras sobre mercado de trabalho, confecção de um bom currículo e empreendedorismo social. Esse último tema que será abordado nesta quarta, às 16h, pela empresária Caren Silva Santos. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) e o Gabinete da Primeira-Dama também participam da ação.


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