Fiergs e Sinduscon aprovam decreto da Prefeitura
Entidades disseram temer nova restrição de funcionamento dos setores econômicos

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Ainda não há unanimidade nas opiniões das entidades empresariais sobre as medidas adotadas pela Prefeitura de Porto Alegre e divulgadas no decreto 20.683, que foi publicado em edição extra do Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa) na noite de segunda-feira. Há entidades que enxergam as novidades como positivas, mas outras ainda demonstram preocupação com os prejuízos de diversos setores. O documento, segundo a Prefeitura, libera atividades econômicas com restrições semelhantes às definidas pelo Estado. O regramento tem validade até domingo. Enquanto isso, o Município busca alinhar divergências junto ao governo do Estado, Ministério Público e Judiciário.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) informou que a decisão da Prefeitura de liberar parcialmente o funcionamento de atividades industriais, comerciais, de prestação de serviços e construção civil, observadas todas as regras de higienização e distanciamento, foi bem recebida. Para a entidade, “assim como o governo do Estado, que na semana passada decidiu flexibilizar para comércio e serviços mesmo que em horário reduzido, o decreto municipal permite à indústria vender e desovar parte de sua produção”.
A Fiergs também ressaltou que o Rio Grande do Sul “está há mais de 140 dias com limitação de funcionamento das atividades”. A entidade aponta o fato de, com empresas fechadas, demissões em massa e comércio sem vendas, aumenta o desespero de quem não pode cumprir seus compromissos financeiros. Isso provoca o efeito cascata: caixas quebrados, Estado sem arrecadação e população doente também pelos efeitos causados pela pandemia.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Rio Grande do (Sinduscon-RS), Aquiles Dal Molin Junior, destacou que o setor vê o decreto da Prefeitura como “algo muito positivo”. Além disso, a entidade garantiu que deve permanecer em contato com o Executivo Municipal para que a liberação seja prolongada para além do domingo. “Devemos articular com a Prefeitura para que não haja nenhum retrocesso nessa situação que a construção civil está.”
Segundo Aquiles, durante os 62 dias em que a construção civil esteve liberada entre abril e junho, nenhum dos 27 mil trabalhadores que atuavam nas obras da Capital testou positivo para a Covid-19. “Os protocolos são bem rígidos e o setor está cumprindo à risca. Estamos trabalhando com liberdade e não acreditamos que vai haver nenhum contingenciamento principalmente porque a construção civil não dá causa ao contágio e não contribui para o aumento da ocupação nos leitos de UTI. Não tem sentido paralisar uma atividade econômica de tanta relevância e importância social”, pontuou.