Filas e longas esperas marcam mutirão do Cadastro Único na zona Norte de Porto Alegre

Filas e longas esperas marcam mutirão do Cadastro Único na zona Norte de Porto Alegre

Na Escola Municipal Infantil Nova Gleba, no bairro Santa Rosa, usuários chegaram durante a madrugada

Felipe Samuel

Usuários começaram a chegar ao local durante a madrugada desta quinta-feira

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O mutirão para atendimento às pessoas com dados desatualizados no Sistema do Cadastro Único atraiu centenas de moradores dos bairros Santa Rosa de Lima e Rubem Berta, na zona Norte da Capital, nesta quinta-feira. O primeiro dia de atendimento das unidades descentralizadas foi marcado por longas filas e muita espera na Escola Municipal Infantil Nova Gleba. Desde a madrugada, usuários começaram a chegar ao local escolhido pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) para auxiliar a população.

As famílias precisam atualizar os dados para não perder benefícios do governo Federal, como o Auxílio Brasil, Tarifa Social de Energia Elétrica e o Benefício de Prestação Continuada. Para garantir a ficha de atendimento, Denise da Costa Dias, 39, chegou à escola na madrugada de quinta-feira. Como não havia ninguém no local, decidiu retornar para casa. Voltou mais tarde na companhia da filha Rafaela, 23, que também desejava fazer o cadastro. 

“A gente veio pra cá era umas 3h da manhã, mas como estava tudo vazio, deserto, a gente foi embora e voltou mais tarde”, afirma. “Ficamos com receio porque aqui tem muito assalto”, completa. Com a ficha de número 76 em mãos, Denise, que está desempregada, ainda aguardava para por atendimento às 11h. “É muito importante atualizar o cadastro, porque ele abre muitas portas”, explica, lembrando que a atualização permite participação em cursos e oficinas oferecidas no município. “Hoje em dia, sem o Cadastro Único, não se pode fazer praticamente nada”, compara. 

Além da demora para ser chamada, ela reclama do atendimento precário do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Santa Rosa. “O telefone deles não funciona e a gente tem que se deslocar até o CRAS pra poder ter um atendimento. E muitas vezes não conseguimos atendimento”, observa. Larissa Pereira, 25, decidiu se deslocar cedo para garantir uma ficha. “Cheguei por volta das 6h30 e já tinha uma fila longa. Consegui a ficha de número 79”, destaca. 

Apesar do esforço para garantir atendimento rápido, até às 11h não havia sido chamada. “Sou mãe solteira. Então para mim faz muita diferença. Não tenho mais um emprego fixo, trabalho por conta. Então ajuda muito”, explica. O vice-presidente da Fasc, Cristiano Roratto, avalia que o “mutirão foi ótimo”, com mais de cem pessoas atendidas até o meio-dia. Conforme Roratto, em Porto Alegre, das 127 mil famílias cadastradas, 50% precisam regularizar a situação cadastral. 

“Em média, o processo de atualização leva de 15 a 20 minutos por família. Por isso, a gente recomenda quem está dois sem atualizar que procure os postos descentralizados”, alerta. Somente na semana passada, mais de 2 mil famílias realizaram novos cadastros ou atualização. “É um volume significativo de cadastros. Houve anos em que fizemos mil em um mês”, compara. Sobre os problemas no CRAS Santa Rosa, ele informa que a prefeitura avalia outros espaços para atender a população.


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