Fraport condiciona entrega do projeto do Salgado Filho com manutenção de obras de ampliação da pista

Fraport condiciona entrega do projeto do Salgado Filho com manutenção de obras de ampliação da pista

Empresa acenou com a possibilidade de dois novos destinos internacionais a partir de julho de 2022: Espanha e Estados Unidos

Cláudio Isaías

Diretora-presidente da Fraport no Brasil/Porto Alegre, Andreea Pal, participou de um café da manhã com empresários gaúchos

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A retirada dos moradores da vila Nazaré atingidos pela obras de ampliação da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho precisa ocorrer até o final deste ano para que a Fraport cumpra a meta de entregar o projeto em outubro de 2021. "Temos limitações para operações de cargas aéreas. A infraestrutura da pista disponível hoje limita as operações internacionais de longo curso", ressaltou a diretora-presidente da Fraport no Brasil, Andreea Pal, nesta terça-feira. Ela afirmou ainda que, se os prazos forem cumpridos, será possível prever que a Capital ganhe dois novos destinos internacionais a partir de julho de 2022: Espanha e Estados Unidos.

Andreea participou de um café da manhã com empresários gaúchos na sede da Federação das Indústrias no Rio Grande do Sul (Fiergs), onde realizou um balanço das obras no aeroporto. As próximas etapas de finalização da Fase 1B compreendem a adequação do sistema de drenagem e a implantação de novas zonas de segurança de pista. Para o segundo semestre deste ano, a antiga área de check-in, no piso 2 do Terminal 1, deverá estar pronta para atender somente voos internacionais. 

O espaço de check-in inaugurado em abril ficará destinado a voos domésticos. Uma segunda nova esteira de bagagem será disponibilizada aos passageiros que desembarcam de voos internacionais. Para até final de setembro, está previsto o início das operações da companhia aérea Azul, no Terminal 1. A diretora também destaca que há expectativa de uma grande oferta de lojas e restaurantes. Com investimento de R$ 1,8 bilhão, a previsão é que a expansão do Terminal esteja concluída até outubro de 2019 e a extensão da pista até 2021.

A reunião de apoio a Fraport  contou com representantes da Fiergs, da Fecomércio/RS, da Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas (FCDL/RS), da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul (AHK/RS) e do Sindicato das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem no Rio Grande do Sul  (Sicepot/RS). Os empresários em suas falas defenderam a necessidade de que o reassentamento não seja interrompido, o que garantiria o início das obras de ampliação da pista. O presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, disse que é um momento oportuno para celebrar a importância da chegada da Fraport, com a bagagem de administração de aeroporto em diversos países.

"Não podemos parar porque a politica de concessões, privatizações e de parcerias públicos-privadas do governo federal permite que o país ingresse efetivamente em um novo patamar no ranking internacional", ressaltou. O presidente da Fecomércio/RS, Luiz Carlos Bohn, afirmou que as obras no aeroporto não podem ser prejudicadas. O presidente do Sicepot, Ricardo Portella, destacou que a ação do Ministério Público Federal (MPF) foi danosa ao Estado. "Foi uma ação deletéria por parte do MPF. Os prejuízos causados por essa insegurança jurídica poderá indicar que teremos dificuldades nas novas concessões previstas para o Rio Grande do Sul", acrescentou. 

O reassentamento das famílias da Vila Nazaré para o Loteamento Senhor do Bom Fim, no bairro Sarandi, também foi pauta do encontro. No dia 15 de julho, a Justiça determinou a suspensão de uma nova etapa da remoção até a audiência marcada para a próxima quinta-feira, dia 8. Presente no encontro, o prefeito Nelson Marchezan Júnior afirmou que aguarda uma posição favorável para a continuidade da realocação das famílias que vivem nas imediações do aeroporto. “Se existir algum dúvida contratual, que se resolva depois, mas que não se interrompam o cumprimento contratual, a obrigação social e a possibilidade de que os investimentos na cidade aconteçam”, explicou.

Segundo o prefeito, não existe nenhuma justificativa para que eventuais divergências contratuais impeçam a mudança de endereço das famílias e a melhoria de sua qualidade de vida. “Nossa posição é muito clara. Temos interesse global no que esse investimento pode trazer para o Estado e para Porto Alegre, e interesse social para melhorar a vida dessas pessoas que vivem em uma área invadida, de risco, sem saneamento nem drenagem. Elas serão acomodadas em um espaço com endereço, calçada, água e em imóveis regulares”, acrescentou.

A Vila Nazaré tem cerca de 1,2 mil famílias, sendo 930 inseridas dentro do sítio aeroportuário. A primeira etapa de reassentamentos de moradores para o Loteamento Senhor do Bom Fim, no bairro Sarandi, está quase finalizada. Das 128 famílias, três ainda precisam assinar os contratos junto à Caixa Econômica Federal. Na segunda etapa, estão sendo disponibilizadas unidades para mais 236 famílias, no Senhor do Bom Fim, e 936 no condomínio Irmãos Maristas, que está em fase final de construção.


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