Frente parlamentar apoia construção do Porto Meridional, em Arroio do Sal

Frente parlamentar apoia construção do Porto Meridional, em Arroio do Sal

Visão dos parlamentares é que muitas empresas gaúchas acabam utilizando serviço portuário em Santa Catarina, ao invés de quererem trabalhar com o RS

Felipe Nabinger

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Projeto orçado em R$ 6 bilhões, o Porto Meridional, em Arroio do Sal, ganhou na Assembleia Legislativa o apoio de uma frente parlamentar. A ideia é promover, em conjunto com representantes da sociedade civil e de órgãos públicos, a discussão e o aprimoramento de políticas para implantação dessa obra no Litoral Norte. “Esse porto, estando implantado, será o porto com menor distância do continente asiático. Esse porto é uma realidade e talvez em 2024 teremos navios aportando aqui”, afirmou o presidente da frente, o deputado Issur Koch (PP), antes do evento que contou com a presença de deputados, do senador Luis Carlos Heinze (PP) – de forma virtual – e do presidente da DTA Engenharia Portuária e Ambiental, João Acácio Gomes de Oliveira Neto, responsável pelo projeto.

Santa Catarina conta com seis portos, sendo que três deles, Itapoá, Navegantes e Itajaí, estão entre os dez principais do país. A visão dos parlamentares é que muitas empresas gaúchas, principalmente da metade norte, optam pelo transporte de carga através do estado vizinho. “Se conseguimos trazer de volta os investidores e produtores gaúchos que optaram pelo estado de Santa Catarina já teremos um grande avanço. O Rio grande do Sul conta com um único porto (Rio Grande) tendo três vezes a costa catarinense”, diz Issur, enfatizado que o empreendimento não seria um adversário do porto do sul do Estado, mas um complemento.

O senador Heinze frisou que o custo logístico do Estado é “o mais alto do país” e chamou de “revolução” a construção de um novo porto. “Muitos investimentos virão na região com o porto. Todos os municípios se beneficiarão. Será uma revolução para o litoral norte. Precisamos do apoio da AL para nos ajudar nesta empreitada. Estamos trabalhando para que essa obra saia do papel e entre para a história do RS”, afirmou.

O parlamentar diz que há previsão de investimento de uma empresa do ramo de fertilizantes na casa de R$ 10 bilhões como um dos impactos da instalação do porto. Heinze citou também a Hidrovia da Lagoa Mirim, que pode ser a primeira via deste tipo pedagiada no país, com uma obra que fomenta o setor logístico.

“Vamos apresentar esse projeto e os que se desenvolvem nesse entorno, mostrando um fato pouco conhecido, que é o sistema hidroviário que existe no Rio Grande do Sul e não é explorado. O Estado pode fazer uma revolução e voltar ao que já foi por meio de hidrovias”, entendo o engenheiro João Acácio. Ele projeta que em pouco mais de dois anos os navios já possam atracar em Arroio do Sal. “A previsão é esse ano cuidar de licença, ano que vem realizarmos as obras e no final de 2024 receber os primeiros navios”, disse.

"Mudança de patamar"

O vice-prefeito de Arroio do Sal, Zeca Martins (PP), vê a obra representando uma “mudança de patamar” para o município, trazendo, como consequência, melhorias na infraestrutura e na geração de empregos. “Esse empreendimento acelera muito essa caminhada. Não há dúvida que a cidade vai mudar, mas haverá também impactos em todas as cidades da região”, afirmou no evento, que fez parte de audiência pública promovida pela Comissão Mista Permanente do Mercosul e Assuntos Internacionais da Assembleia Legislativa, no Plenarinho.

Participaram também da audiência o engenheiro e ex-deputado federal Fernando Carrion, o líder do governo na Assembleia, deputado Frederico Antunes (PP), e os deputados Vilmar Lourenço (PP), Carlos Búrigo (MDB) e Vilmar Zanchin (MDB), entre outras autoridades de municípios do Litoral Norte e do setor civil.

Em março, houve o anúncio da liberação do termo de referência junto ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para o Porto Meridional. Com essa nova etapa, viabiliza-se o início do licenciamento ambiental. O projeto já conta com as autorizações da Secretaria Nacional de Portos (SNP) e da Marinha para escavação de área portuária de 2,5 quilômetros da beira-mar. 


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