Frustração e desalento marcam vacinação com segunda dose da Coronavac em Porto Alegre

Frustração e desalento marcam vacinação com segunda dose da Coronavac em Porto Alegre

Prefeitura informou que a capacidade de atendimento nos locais havia se esgotado, gerando indignação em quem esperava na fila

Cláudio Isaías

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A expectativa pela vacinação com a segunda dose da Coronavac contra a Covid-19 em Porto Alegre se transformou em desapontamento para muitos moradores da Capital que buscaram o imunizante nesta manhã. Filas, aglomeração e indignação  marcaram as primeiras horas de quarta-feira em três Unidades de Saúde e no drive-thru da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). O aposentado Edi Fonseca Meireles, 64 anos, fez críticas ao processo – no começo da tarde, a Prefeitura informou que a capacidade de atendimento nos locais havia se esgotado. "Está impossível ficar em um lugar como esse cheio de gente. Eles pedem para não aglomerar e olha o que acontece!", acrescentou. 

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) recebeu um total de 4.890 doses da Coronavac em nova remessa, o que não foi suficiente para atender o público que enfrentou frio e chuva. Há mais de 66 mil pessoas na Capital com a injeção de reforço em atraso. Quem chegou cedo, como a corretora de móveis Cristina Arce, 71 anos, conseguiu receber a aplicação. "Estava muito preocupada achando que não daria. A vacina atrasou, e fiquei com medo", revelou na saída da Unidade de Saúde Camaquã, 

A nutricionista Raissa Gorczevsky e a fisioterapeuta Vanessa Lopes também ficaram temerosas. "Estava muito ansiosa com essa demora ", ressaltou Raissa. A retomada da aplicação da segunda dose da Coronavac/Instituto Butatantan mobilizou pessoas com 60 anos ou mais, profissionais de saúde e de apoio vacinados no dia 8 de abril ou antes.

Ampliar locais causaria mais transtorno, avalia Secretaria da Saúde

Por ser um volume bem menor do que o necessário, a SMS concentrou as vacinas em três unidades e no drive-thru, pois pulverizar a aplicação em muitos locais, segundo a secretário municipal da Saúde, Mauro Sparta, acabaria por gerar ainda mais transtornos. Nas Unidades de Saúde, as filas davam voltas na quadra e havia aglomeração. A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que recebeu pouco menos de 5 mil doses do Ministério da Saúde, mas conseguiu dobrar a quantidade de imunizantes graças à busca ativa em hospitais e unidades de saúde

No Santa Marta, em função da quantidade de pessoas – mais de mil idosos e profissionais de saúde –, os agentes da EPTC decidiram bloquear a rua Caldas Júnior com a rua Siqueira Campos para a circulação de veículos. Na frente do posto, na rua Capitão Montanha, ficou impossível ver a porta de entrada devido à aglomeração.

No drive-thru do estacionamento da PUCRS, a fila de carros se estendeu pela avenida Bento Gonçalves, passou pela rua Salvador França, avenida Antônio de Carvalho e chegou até quase a divisa de Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

A expectativa da Secretaria é continuar a aplicação contando também com o reforço de novas remessas que deverão chegar ao Estado ainda esta semana. O objetivo é avançar na aplicação da segunda dose, garantindo a imunização também no fim de semana. A SMS reitera que mesmo tendo passado algumas semanas do prazo, a imunização não fica comprometida.

 

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