Funcionário diz que não é comum extintor revisado falhar

Funcionário diz que não é comum extintor revisado falhar

Gianderson Machado da Silva passou de testemunha de acusação para informante no julgamento do Caso Kiss

Correio do Povo

Funcionário responde as perguntas das defesas na tarde desta sexta-feira

publicidade

No julgamento da Boate Kiss, na tarde desta sexta-feira, Gianderson Machado da Silva, que era funcionário da empresa fornecia extintores de incêndio para a casa, explicou que não é comum um equipamento revisado falhar. Com cerca de vinte anos de experiência na atividade, Silva ainda ressaltou que normalmente, o cliente pode verificar se há algum defeito no extintor para que a empresa possa resolver o quanto antes. 

Segundo ele, a empresa em que trabalhava providenciava a troca de peças defeituosas, se houvesse. Gianderson disse que problemas podem acontecer dentro do prazo de garantia e a empresa cobria. Nesses casos, serviço não era cobrado.

Sobre a noite do incêndio, Silva indicou que dado o pânico do momento, há a possibilidade de as pessoas terem usado o extintor de forma incorreta. No entanto, ele também afirmou que o equipamento poderia retardar as chamas, mas não as impedir de se alastrarem pelo estabelecimento. 

Após um intervalo no início da tarde de hoje, Silva começou a responder as perguntas das defesas dos réus. Segundo ele, nas três vezes em que esteve na Boate Kiss foi para recolher extintores, mas nunca foi em uma hora próxima de começo de festas. O depoente ainda complementou que tubos dos extintores são numerados para controle. 

Ao ser questionado pela defesa de Elissandro Spohr, Gianderson contou que ia uma vez ao ano na casa noturna realizar a manutenção dos extintores, "a não ser que chamassem antes".  Ele também respondeu que não lembra da localização dos extintores na Boate Kiss. Entre as últimas questões, feita pelo juiz Orlando Faccini Neto, o depoente contou que seria necessário, pelo menos, três extintores para começar a apagar as chamas que se espalharam na casa noturna. No encerramento, Gianderson disse que extintores devem estar à vista e fácilmente acessiveis. 

Mais cedo, Gianderson Machado da Silva, que seria testemunha de acusação no Caso Kiss, virou informante após uma postagem da sua filha no Twitter, em que ela dizia para seu pai "falar tudo sobre o caso para que os donos da boate apodreçam na cadeia". A partir da leitura do post, a defesa dos réus pediu a exclusão do depoimento de Silva.

A promotora de acusação Lúcia Callegari contestou o pedido da defesa, reforçando não ser Silva o autor do texto na rede social. "Essa manifestação não é da testemunha. A testemunha disse que não tem nada contra os acusados, então, eu entendo que não há o porquê da testemunha não ser compromissada de falar a verdade", destacou. 


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895