GM recua em propostas e trabalho em fábrica será retomado em Gravataí

GM recua em propostas e trabalho em fábrica será retomado em Gravataí

Em assembleia, Sindicato dos Metalúrgicos aprovou novo documento enviado pela montadora

Cláudio Isaías

GM recua em propostas e trabalho em fábrica da GM será retomado em Gravataí

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Após realizar um protesto no começo da manhã desta sexta-feira, os funcionários da General Motors (GM) em Gravataí receberam um documento da empresa reconhecendo o acordo trabalhista firmado em 2017/2019. O documento, que retira as 21 medidas propostas foi aprovada em assembleia realizada na frente do portão da fábrica e, dessa forma, os trabalhadores da montadora retomaram a produção na sede da empresa na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Eles ficaram paralisados durante cerca de quatro horas aguardando a posição da montadora. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra), as medidas alterariam os direitos adquiridos pelos funcionários e representariam perdas salariais e de benefícios. Entre elas estava a suspensão da contribuição da GM por 12 meses para a previdência, alteração do plano médico, implementação do trabalho intermitente por acordo individual e coletivo e a terceirização de atividades meio e fim o que gerou protestos durante a semana.

Depois de ficarem concentrados por quase quatro horas, os funcionários aprovaram um documento enviado pela empresa que assinala a manutenção do acordo de 2017 a 2019, o qual inclui garantias salariais, participação nos lucros e resultados e jornada de 40 horas semanais. O diretor administrativo do Sinmgra, Valcir Ascari, disse que a categoria resistiu bravamente ao mostrar que é preciso lutar para que sejam garantidos os direitos dos trabalhadores. No sábado passado, a General Motors apresentou 21 pedidos para os trabalhadores de Gravataí.

O documento, abrangente, falava desde jornada de trabalho até alteração do plano médico. No entanto, o foco principal da montadora era não pagar a participação nos resultados acordada por dois anos ainda em 2017 e reduzir ainda em 20% o piso salarial da categoria. O Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí avisou que não aceitaria as medidas. A situação começou com a presidente mundial da GM, Mary Barra, que disse estar trabalhando para melhorar o negócio na América do Sul e que considerava "outras opções". Na oportunidade, ela enfatizou ainda que a empresa não iria continuar investindo para perder dinheiro.

A montadora do Rio Grande do Sul abriga a produção do modelo Onix, atualmente o veículo mais vendido do país. Foram 389,5 mil carros comercializados em 2018, o que representa aproximadamente 15% da fatia do mercado. A fábrica da GM de Gravataí é líder nacional em vendas há pelo menso três anos. A presença da General Motors em Gravataí significa a geração de mais de seis mil empregos direto e indiretos. Para a prefeitura de Gravataí, o retorno de ICMS é algo próximo de R$ 70 milhões. Na semana passada, a direção da montadora havia ameaçado deixar o Brasil e a América do Sul, caso os resultados financeiros da empresa não fossem melhorados.  

Durante a tarde, está prevista uma leitura do documento para os trabalhadores. Nessa terça-feira, a diretoria do Sindicato se reuniu com representantes da GM em São Paulo. Segundo o diretor Jurídico, Edson Dorneles, o encontro foi tenso e não houve consenso. Nessa quarta, o governador Eduardo Leite viajou à capital paulista onde se encontrou com dirigentes da montadora.

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