Governo de São Paulo detalha plano para reabrir economia a partir de 11 de maio
Governador João Doria já havia anunciado que algumas cidades poderão flexibilizar medidas quando terminar quarentena
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O governador João Doria oficializou nesta quarta-feira a retomada gradual de atividades em São Paulo a partir do dia 11 de maio, quando termina o período de quarentena no estado determinado para conter o avanço do novo coronavírus. O chamado "Plano São Paulo" prevê que de forma "gradual, heterogênea e segura" seja possível a reabertura dos setores que precisaram parar.
"São Paulo não parou", ressaltou Doria. "A reabertura será após o dia 11 de maio. A epidemia atinge de maneira diferente todas as regiões do estado, portanto, serão critérios diferenciados. A economia foi reduzida em função da doença. De nada adianta abrir o comércio se não tem quem compre e colocando em risco seus funcionários.”
O governo afirma que 74% da atividade econômica continua funcionando desde 24 de março.
A medida já havia sido anunciada pelo governador na segunda-feira. Em publicação nas redes sociais, Doria afirmou que "a quarentena será mantida exatamente como está, até 10 de maio. Após 10 de maio, poderá ser flexibilizada, se a medicina indicar e as pessoas respeitarem o índice de isolamento médio de 50% em todo o estado".
São Paulo é o estado que registra o maior número de casos e óbitos por Covid-19 em todo o país. São 15.385 registros, incluindo 1.093 mortes, segundo o boletim divulgado nessa terça-feira.
Todos eventos com aglomeração de pessoas estão proibidos no estado. Os shoppings tiveram que fechar as portas, assim como lojas de rua consideradas não essenciais. As aulas na rede pública e particular também estão suspensas.
Bares e restaurantes podem abrir, desde que vendam produtos apenas para entrega. Supermercados, farmácias, clínicas médicas e odontológicas estão autorizados a funcionar.
Como vai funcionar
O governo vai levar em conta a situação da epidemia em cada região do estado, a capacidade do sistema hospitalar e a testagem em massa da população.
Cada setor terá protocolos específicos, que poderão variar para shoppings, fábricas e escritórios, por exemplo.
Quarentena
O isolamento social começou em todos os 645 municípios paulistas no dia 24 de março e foi prorrogada duas vezes: uma até o dia 22 de abril e a segunda, até o dia 10 de maio.
Em entrevista coletiva, no Palácio dos Bandeirantes, João Doria justificou a decisão como forma de "evitar o colapso" dos sistemas de saúde público e privado.
A meta do governo é de manter o isolamento social em 70%, que permitiria atender os pacientes com Covid-19 dentro da capacidade dos hospitais do estado.
Mesmo as "cidades campeãs", com a maior taxa de isolamento, não conseguiram atingir a meta. Na segunda-feira, a tacxa registrada em todo o estado era de 51%, de acordo com dados do Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI-SP), que indica tendências de deslocamento com base em dados de telefonia móvel.
Protestos
Durante o feriado, manifestantes protestaram contra as medidas de isolamento social do governo do estado. Nesse sábado, uma carreata percorreu percorreu mais de dez quilômetros e terminou durou cerca de oito horas em um trajeto que começou perto da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e terminou na altura da Ponte Estaiada, na zona sul de São Paulo