Governo do RS enviará equipe de bombeiros para ajudar nas buscas em Petrópolis

Governo do RS enviará equipe de bombeiros para ajudar nas buscas em Petrópolis

Fortes chuvas na cidade do Rio já deixaram mais de 120 mortos

Felipe Faleiro e R7

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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou nesta sexta-feira que enviará hoje quatro duplas compostas por bombeiros militares e cachorros treinados para ajudar nas buscas a desaparecidos em Petrópolis, cidade do Rio de Janeiro duramente afetada por inundações que causaram a morte de ao menos 123 pessoas. Outras 116 estão desaparecidas no município, segundo a última atualização da Polícia Civil.

"Nosso @CBM_RS deslocará ao Rio de Janeiro, para ajudar nas buscas pelos desaparecidos em Petrópolis, quatro binômios (dupla composta de bombeiro militar e cachorro) e duas viaturas 4x4. Se necessário, enviaremos mais ajuda.", afirmou o governador em post no Twitter. "Estamos juntos nesse momento extremamente difícil para os fluminenses", acrescentou. 

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP), os binômios gaúchos partem às 15h desta sexta, em comboio terrestre, a partir da Companhia Especial de Busca e Salvamento (CEBS), em Porto Alegre. 

Participam da missão o primeiro-sargento Alexandre Furtado Silveira, com a cadela Guria, e o soldado Éderson Luis Lima Gomes, com o cão General, ambos da CEBS, e o segundo-sargento Alex Sandro Teixeira Brum, com o cão Guapo, e soldado Estefânio Guinazu Bernardes, com a cadela Molly, os dois do 4º Batalhão de Bombeiro Militar (4º BBM) de Santa Maria.

O sargento Brum e o cão Guapo já atuaram nos trabalhos de busca e resgate na tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, em janeiro de 2019.

“Sempre treinamos aqui para este tipo de ocorrência. Os cães que irão para lá trabalham com restos biológicos humanos. Para nós, é gratificante, mas, ao mesmo tempo, é uma situação de tristeza, onde o pessoal está precisando de ajuda, e nos comovemos por isso”, afirma o primeiro-sargento Furtado.

O soldado Gomes afirmou que este é um “dever a cumprir”. “As pessoas que procuram seus entes queridos estão vivendo um período de luto. Enquanto elas não encontrarem estes corpos, não vão poder ter este tempo para seguir a vida em frente. Vamos somar com a equipe do Rio de Janeiro e dar este alívio para os familiares”, disse ele. O treinamento que habilita os chamados binômios é intenso. Em agosto de 2021, uma qualificação em Santa Maria certificou 21 duplas de bombeiro e cão para operações de resgate.

Furtado salientou que, como é alto o risco de novos deslizamentos, é preciso avaliar as condições de segurança. “O pessoal do Corpo de Bombeiros do Rio vai nos dar o apoio e haverá um posto de comando. Temos acompanhado a situação pelos grupos. A gente tem que chegar, ver o local e como estão agindo na área de segurança”. Neste sentido, o trabalho do cão é igualmente importante. “Nosso treinamento é contínuo. Costumamos brincar que o animal é nosso material de trabalho. O sentimento de confiança é mútuo”. A volta das equipes ainda não tem data para acontecer. “É um misto de coisas no coração. A gente se emociona, algo de tristeza, algo de saudade, mas somos treinados ao longo do tempo na companhia para isto”, disse o primeiro-sargento.

Pior tempestade nos últimos 90 anos 

Na tarde dessa quinta-feira, voltou a chover no município, que há dois dias foi castigado pela pior tempestade dos últimos 90 anos. A Defesa Civil acionou sirenes em 14 localidades e emitiu alerta de mobilização para evacuação de moradores das áreas de risco do Quitandinha.

Em vídeos compartilhados nas redes sociais, foi possível ver que as ruas voltaram a ficar alagadas em alguns pontos, como no bairro Alto da Serra. Ainda há previsão de chuva até sábado.

Após sobrevoar a região hoje, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a imagem "é quase de guerra". "Nós vimos pontos localizados, mas de intensa destruição. Vimos também regiões em que existiam casas, pelo que nós vimos perifericamente ao estrago causado pela erosão. Então é uma imagem quase que de guerra. Lamentável. Tivemos uma perfeita noção da gravidade do que aconteceu aqui em Petrópolis", disse.


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