Gritos dos Excluídos virtual prega resistência dos trabalhadores

Gritos dos Excluídos virtual prega resistência dos trabalhadores

A manifestação denunciou exclusão social e a violência social sofrida por vários grupos e comunidades

Cláudio Isaías

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Com o tema “A vida em primeiro lugar: Basta de miséria, preconceito e repressão. Queremos terra, teto e participação”, o 26º Grito dos Excluídos foi realizado hoje no Rio Grande do Sul com a participação de sindicatos e partidos de esquerda. Em função da pandemia do novo coronavírus, o movimento que sempre foi realizado nas ruas neste ano teve uma programação virtual para todo o Estado transmitido pelo canal da Rede Soberania.

A atividade contou com depoimentos de diversos segmentos sociais da população - indígenas, migrantes, mulheres, movimento negro e agricultura familiar. Um plantio árvores em homenagem às vítimas da Covid-19 foi realizada em São Leopoldo, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST/RS). Desde 1995, o Grito dos Excluídos mobiliza diversas pessoas em todo o país no dia 7 de setembro como um contraponto ao grito da Independência.

A coordenadora estadual do MST/RS, Daniele Cazarotto, disse que a atividade é um espaço de extrema importância para a articulação, resistência e luta dos trabalhadores. "A sociedade precisa ouvir a  voz dos excluídos no 7 de setembro, principalmente em um momento de pandemia em que mais de 120 mil pessoas já morreram no país", destacou. Segundo ela, para os movimentos sociais existe hoje um retrocesso imposto ao povo brasileiro, com o agravamento da desigualdade social. Os temas Vida, Democracia e Direitos foram retratados pelos diversos movimentos sociais, coletivos políticos de resistência e partidos de esquerda.

“É um 7 de setembro, em defesa da vida, do emprego, da renda, da saúde, da moradia, da liberdade de expressão e de organização dos movimentos populares e da classe trabalhadora”, ressaltou Dom Francisco da Silva, da Igreja Anglicana do Brasil.

Em carta de apoio, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lembrou que o Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo. “É um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos”.

A Rede Soberania realizou uma homenagem ao trabalho realizado por Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix do Araguaia (MT), que faleceu em 8 de agosto aos 92 anos. Ele estava internado em Batatais (SP). O religioso espanhol, nascido Pere Casaldàliga i Pla, estava radicado no Brasil desde 1968, onde ficou conhecido por suas posições políticas e pelo trabalho pastoral ligado a causas como a defesa de direitos dos povos indígenas e o combate à violência dos conflitos agrários. 


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