Grupo Carrefour reforça compromisso antirracista

Grupo Carrefour reforça compromisso antirracista

Após um ano da morte de João Alberto, empresa elencou medidas estruturais que foram tomadas

Correio do Povo

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O Grupo Carrefour Brasil reforçou nesta quarta-feira o compromisso com sua política antirracista. Com a realização do evento Diálogos que Transformam e uma coletiva de imprensa, a empresa elencou uma série de medidas que foram tomadas desde a morte de João Alberto Freitas, homem negro assassinado por seguranças em uma loja da rede no bairro Passo D’Areia, na zona Norte de Porto Alegre, em 19 de novembro de 2020. Além do encerramento do contrato com a empresa de segurança, mudanças de políticas estruturais e protocolos internos foram tomadas com base em quatro pilares: discriminação e violência, empregabilidade, educação e empreendedorismo.

“Assumimos o compromisso de contratar funcionários negros, ate o início de janeiro estávamos com o quadro de 80% dos representantes de gestão de risco formado por pessoas que se declaravam pretas ou pardas”, explicou o diretor de Segurança Corporativo e Gestão de Perdas e Riscos Claudionor Alves. Segundo ele, outras medidas práticas implementadas foram iniciadas na unidade do Passo D’Areia, como utilização de tecnologia de body cams (câmeras corporais) nos funcionários, suavização do uniforme dos seguranças para desconfigurar a postura ostensiva dos seguranças e aplicação de treinamento e novos protocolos de abordagem.

“Hoje essa é uma loja que passou por grandes transformações ponto de vista pessoal, procedimental, temos novas políticas implementadas, como política de tolerância zero à discriminação racial, com o compromisso de não somete entender que existe o racismo no Brasil, mas sim de nos comportarmos como antirracistas”, afirmou Alves. Ele acrescentou que o barômetro de segurança e cordialidade entre os clientes tem demonstrado evolução. Ainda de acordo com o diretor, mais de 1,1 mil pessoas foram contratadas com base no novo modelo do grupo, sendo que 67% delas se declararam negras. O percentual de mulheres atuando como agente de prevenção foi de 19% para 36%.

Sobre a política de tolerância zero à discriminação, a diretora de Recursos Humanos e Diversidade Cristiane Lacerda disse que a empresa se tornou rigorosa com qualquer tipo de discriminação dentro das lojas, ampliando o canal de denúncias também para clientes. Com relação a educação e empregabilidade, houve um aumento não só de trabalhadores negros mas iniciativas para formação de pessoas negras para o mercado de trabalho, abrindo, por exemplo, um programa de estágio em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa), selecionando 18 jovens de diferentes favelas de São Paulo para posições corporativas. Foram selecionadas pessoas que ainda não estavam na universidade oferecendo o custeio de até 80% do valor da mensalidade. No que se refere ao empreendedorismo, conforme Cristiane, foram mapeados empreendedores pelo Brasil e fornecedores negros foram incluídos para poderem vender seus produtos nas lojas Carrefour.

“Fizemos tudo que estava ao nosso alcance para nos tornarmos uma empresa antirracista”, afirmou a diretora, complementando que o antirracismo no Brasil é um processo contínuo e um trabalho diário. Segundo ela, as medidas não são apenas internas. Hoje, por exemplo, o grupo não aceita trabalhar com fornecedores que não tenham práticas condizentes com o combate à discriminação. Mais de 40 mil colaboradores do Carrefour, de todos os níveis hierárquicos, já participaram do curso de letramento racial. A empresa também investirá R$ 144 milhões, ao longo de três anos, para promover ações de inclusão e de combate ao racismo – o maior investimento privado feito por uma empresa pela equidade racial.

 

 

 

 

 

 

 


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