Guarda costeira investiga se âncora causou vazamento de petróleo na Califórnia

Guarda costeira investiga se âncora causou vazamento de petróleo na Califórnia

Cerca de 480 mil litros de combustível espesso e viscoso vazaram para as águas onde vivem focas, golfinhos e baleias

AFP

Um trecho de 24 km de costa permanece fechado ao público

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A guarda costeira dos Estados Unidos investiga se o impacto de uma âncora em um oleoduto submarino causou o vazamento de milhares de litros de petróleo no litoral da Califórnia, reportaram veículos de comunicação nesta terça-feira. Cerca de 480 mil litros de combustível espesso e viscoso vazaram para as águas onde vivem focas, golfinhos e baleias desde que o oleoduto se rompeu no fim de semana.

Um trecho de 24 km de costa permanece fechado ao público. A pesca foi interrompida, enquanto equipes trabalham para limpar o vazamento, um dos maiores ocorridos na Califórnia. O jornal Los Angeles Times reportou nesta terça-feira que a Guarda Costeira investiga se a âncora de um enorme barco comercial foi lançada no local errado, impactando o oleoduto.

Los Angeles e Long Beach estão entre os portos mais ativos do mundo. Os congestionamentos provocados pela pandemia têm deixado dezenas de enormes cargueiros estacionados em alto-mar, enquanto esperam para atracar. As embarcações recebem coordenadas para ancorar, usualmente longe de locais que representem risco, como aqueles com oleodutos. Mas o Los Angeles Times citou uma fonte a par da investigação do vazamento, segundo a qual uma âncora mal lançada pode ter impactado o oleoduto.

As autoridades do comando unificado - encarregado dos trabalhos - disseram que há 14 embarcações tentando retirar o petróleo da água. Até esta segunda-feira, pouco mais de 15.000 litros tinham sido retirados. "O comando unificado está concentrado na saúde e na segurança do público e na proteção da nossa comunidade costeira", disse a capitã da Guarda Costeira, Rebecca Ore.

"Temos muitos profissionais dedicados, trabalhando contra o tempo para limpar este vazamento e garantir a segurança do público e do meio ambiente". A Amplify Energy, empresa que opera o oleoduto, disse na segunda-feira que "como medida preventiva, foram paralisadas todas as operações de produção e dos oleodutos no campo Beta".

O diretor-executivo, Martyn Willsher, pediu à empresa "para fazer tudo o que for necessário" para controlar o vazamento e disse que a companhia contava com seguro capaz de cobrir os custos do caso. Ao menos quatro aves foram encontradas cobertas de petróleo, entre outros relatos de animais afetados pelo vazamento.

As autoridades advertiram às pessoas para não tocar, nem tentar salvar nenhum animal, mas que ao contrário chamem as autoridades locais para que se encarreguem do resgate. O vazamento teve origem perto da plataforma Elly, construída em 1980, uma das 23 plataformas de petróleo e gás em águas federais na altura da Califórnia, segundo o Los Angeles Times.

Os ambientalistas chamaram atenção para a antiguidade de algumas instalações - as quais dizem que estão enferrujadas e com má manutenção -, assim como os riscos que representam. O desastre reabriu o debate sobre a presença de plataformas de petróleo e oleodutos perto da costa do sul da Califórnia.

 


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