Há sete meses sem poder funcionar, circos ainda passam por dificuldades

Há sete meses sem poder funcionar, circos ainda passam por dificuldades

Prefeitura de Porto Alegre estima que até a próxima semana, um novo decreto possa permitir essa atividade voltar a ser realizada

Gabriel Guedes

Circos e parques de diversões poderão voltar a funcionar em Porto Alegre a partir de sábado

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Passados 215 dias sem funcionar, os proprietários e trabalhadores de circos seguem enfrentando dificuldades. A Prefeitura de Porto Alegre estima que até a próxima semana um novo decreto possa permitir que essa atividade volte a ser realizada, junto com a flexibilização de eventos em geral. Até lá, segue a dura rotina de sobreviver em uma jornada totalmente diferente daquela que acontecia até antes da pandemia, no mês de março.

O Park Circo Las Vegas, situado na Avenida Juca Batista, no bairro Hípica, como o próprio nome diz, tem apresentações artísticas e o parque de diversões junto, em uma só área. Eles haviam montado acampamento e funcionado por um final de semana quando veio a pandemia e interrompeu tudo, em 16 de março.

Sirlei dos Santos, a proprietária da parte do circo, diz que em seus 65 anos de idade e 24 anos de circo nunca havia passado tamanho sufoco quanto agora.  “Foi horrível. Mas foi graças ao povo da zona Sul, que nos ajudaram, que conseguimos passar estes meses”, conta, lembrando também de doações recebidas nesta região da Capital. “Tivemos que ir vender bolas, maçã do amor e algodão doce nas ruas durante a pandemia”, acrescenta o proprietário do parque, Marciano Mendonça Ferreira, que estava se preparando para retomar o funcionamento hoje, após o decreto publicado no começo desta semana, que permite a operação com 50% da capacidade.

Até o domingo passado, segundo Sirlei, apenas a parte do circo funcionava, mas em esquema de drive-thru, onde não cabia mais que uma dezena de automóveis sob a lona, no lugar onde ficava a arquibancada. “Aqui a gente paga por semana. Mas sem espetáculo, não tinha como. Com o 'drive’ só dava só para pagar o cachê, pra não deixar passar em branco. Mas era o que estava nos mantendo”, relata Sirlei. “Estamos ansiosos para o retorno”, frisa a proprietária, que mantém a esperança de poder funcionar em breve.

O circo tem capacidade para receber até 400 pessoas, mas ela acredita que quando for liberado, só poderá receber a metade. No parque, que reabre neste sábado, serão no máximo 735 pessoas. Em condições normais, poderiam receber até 1.470 visitantes.

O empreendimento funciona em uma sinergia entre o circo e o parque, segundo Ferreira, com ambas equipes trabalhando em conjunto. É o ganha-pão para cerca de 40 pessoas, que passam a ter um novo ânimo com a retomada do funcionamento dos brinquedos.

Por isso, a sexta-feira foi dedicada aos preparativos, como limpeza, organização e checagem de equipamentos e vistoria da estrutura do parque de diversões pelo Corpo de Bombeiros. Os ingressos custarão R$ 10 por pessoa para usar em qualquer brinquedo. “É uma opção de lazer para todas as famílias, acessível. Esperamos que venham nos prestigiar”, aguarda Ferreira.


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