Helicóptero que levava Boechat não tinha autorização para táxi aéreo

Helicóptero que levava Boechat não tinha autorização para táxi aéreo

Aeronave transportava jornalista desde Campinas, a cerca de 100 quilômetros de São Paulo

R7 e AE

Aeronave caiu na rodovia em cima de um caminhão

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A RQ Serviços Aéreos Especializados, empresa dona da aeronave Bell Helicopter, de prefixo PT-HPG, que caiu nesta segunda-feira, na rodovia Anhanguera, embaixo do Rodoanel, na zona Sul de São Paulo, não poderia fazer táxi aéreo, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Segundo a agência reguladora da aviação civil no Brasil, a empresa tinha autorização apenas para prestar serviços de aerofotografia, aeroreportagem, aerocinematografia, entre outros do mesmo ramo. “Qualquer outra atividade remunerada fora das mencionadas não poderia ser prestada”, explica a Anac, por meio de nota.

O acidente vitimou o piloto e dono da empresa, Ronaldo Quatrucci, e o jornalista Ricardo Boechat, que era transportado de Campinas, a cerca de 100 quilômetros de São Paulo, para a sede da TV Bandeirantes, na zona Sul da capital paulista. O helicóptero voltava da cidade onde Boechat tinha participado uma palestra no Centro de Convenções do Royal Palm Plaza. O evento era promovido pela empresa farmacêutica Libbs.

O R7 questionou a empresa, por meio de e-mail e via WhatsApp, sobre quem foi a contratante do serviço e por que a empresa prestou o serviço, se estaria sem habilitação para isso. A reportagem também tentou contato telefônico, por meio dos telefones fixo e celular fornecidos pela empresa. Porém, até esta publicação, não houve nenhum retorno.

A reportagem também questionou a Anac sobre a fiscalização da agência sobre o tipo de serviço prestado pela empresa. No entanto, a reguladora da aviação civil no Brasil não respondeu e disse que “abriu procedimento administrativo para apurar o tipo de transporte que estava sendo realizado no momento do acidente”. E disse que as informações prestadas na nota (íntegra abaixo) são as que dispõe no momento.

Segundo a Anac, a aeronave que caiu estava em situação regular, com estava com o Certificado de Aeronavegabilidade válido até maio de 2023 e a Inspeção Anual de Manutenção em dia até maio de 2019. Ainda de acordo com a agência, Ronaldo Quatrucci estava com as licenças e habilitações de piloto comercial de helicóptero (PCH) válidas.

Por meio de nota, a TAM Aviação Executiva, representante de vendas da Bell no Brasil desde 2004, disse que a empresa já enviou uma equipe para o local da queda. “Sobre o acidente do helicóptero Bell 206 Jet Ranger, ocorrido hoje, fomos informados pela Bell que seu funcionário, representante técnico no Brasil, foi acionado para ir ao local do acidente e colaborar com o Cenipa para a investigação. Qualquer questionamento adicional deve ser encaminhado ao referido órgão (Cenipa).”

Nota da Anac:

A aeronave de matrícula PT-HPG, acidentada hoje, em São Paulo, era operada e pertencia à empresa RQ Serviços Aéreos Especializados LTDA. A empresa possui autorização da ANAC para prestar Serviços Aéreos Especializados (SAE), que incluem aerofotografia, aeroreportagem, aerocinematografia, entre outros do mesmo ramo. A aeronave acidentada também estava certificada na categoria SAE. Qualquer outra atividade remunerada fora das mencionadas não poderia ser prestada. Tendo em vista essas informações, a ANAC abriu procedimento administrativo para apurar o tipo de transporte que estava sendo realizado no momento do acidente.


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