Hospital Nossa Senhora da Conceição: 27 mortes e 170 contaminados pelo surto de Covid-19

Hospital Nossa Senhora da Conceição: 27 mortes e 170 contaminados pelo surto de Covid-19

Boletim divulgado nesta terça-feira pela instituição apresenta elevação no número de óbitos de pacientes

André Malinoski

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O Hospital Nossa Senhora da Conceição, de Porto Alegre, soma 27 óbitos e 170 casos de contaminação em função do surto de Covid-19. Foram mais cinco mortes registradas entre sexta e esta terça-feira, quando novo boletim foi divulgado pela instituição. A direção informou no dia 24 de agosto que o problema estava controlado. “O surto aqui está mais perto do fim e esperamos retornar à normalidade dos atendimentos e das cirurgias eletivas com toda a segurança para os pacientes”, afirmou nesta terça o diretor-presidente do GHC, Cláudio Oliveira.

As últimas cinco mortes foram de pacientes homens. Um deles, de 68 anos, era residente de Gravataí, e havia recebido duas doses da vacina contra o coronavírus. A causa da morte, conforme o hospital, foi a existência de outras doenças pulmonares com fibrose. Outra vítima, 66 anos, morava em Santana do Livramento, e tinha tomado apenas a primeira dose de imunização. Foi apontada como causa da morte septicemia não especificada. Um dos pacientes que foi a óbito, 76 anos, residente de Porto Alegre, com as duas doses completas da vacina, era portador de diversas comorbidades. Foi o único entre os cinco que não internou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Já um morador de Viamão, de 61 anos, com uma dose da imunização recebida, tinha histórico de problemas como câncer e diabetes. Por sua vez, o mais novo, com 59 anos, também residente de Viamão, vacinado com uma dose, teve o câncer de reto apontado como causa da morte. 

Mesmo que diga que o surto está sob controle, os números não acompanham o discurso da direção do hospital. Um total de 96 pacientes foi atingido pelo surto. Fora os 27 óbitos entre os pacientes, 20 estão hospitalizados em enfermarias e oito necessitam de cuidados na UTI. Os demais tiveram alta. A taxa de vacinados com a segunda dose é de 63,5%. Três áreas da instituição ainda indicam o surto como ativo.

Não há óbitos registrados entre os funcionários, mas 74 positivaram até agora. A situação atual apresenta 14 profissionais em isolamento domiciliar, 55 de volta ao trabalho e os demais tiveram alta ou estão voltando ao serviço. A taxa de imunização com a segunda dose da vacina entre os trabalhadores do local é de 83,8%.

Outras instituições - O Hospital de Clínicas tem o surto controlado desde 10 de agosto. Oito funcionários de uma área administrativa de gestão de pessoas testaram positivo, tiveram sintomas leves e retornaram ao trabalho. Entre os fatores do sucesso para o controle do surto estão a rapidez para identificação e isolamento dos positivados, e o envolvimento total dos funcionários em relação aos protocolos de segurança contra os riscos de transmissão.

O surto também está controlado no Hospital Vila Nova. Os últimos quatro pacientes que estavam internados sem gravidade na unidade 6 receberam alta. O hospital informou que segue alerta, em especial pela circulação da variante Delta por Porto Alegre.

A Prefeitura de Porto Alegre confirmou a circulação da variante Delta do SARS-CoV-2 (coronavírus) e a transmissão comunitária na Capital, em 18 de agosto. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio da Equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis, informou que a transmissão comunitária foi confirmada em uma pessoa residente de Porto Alegre, sem histórico de viagem. A pessoa positivada também não teve contato com alguém que tenha viajado para localidades onde já havia transmissão comunitária da variante.

Em função disso, a Divisão de Vigilância Sanitária da Capital tem reforçado os cuidados de proteção, tanto dentro de instituições de saúde como na rua. É preciso evitar aglomerações, manter ambientes arejados, usar máscara adequadamente, higienizar mãos e estações de trabalho, e cumprir isolamento por, pelo menos, dez dias mediante suspeita ou confirmação de contaminação. Contatos domiciliares de casos suspeitos ou confirmados devem permanecer em quarentena. As medidas valem também para quem já recebeu as duas doses da vacina.

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) orienta para uma série de medidas que os hospitais e outras instituições de saúde devem tomar para evitar surtos, como priorizar sistemas de atendimento com agendamento ou senhas, para impedir aglomerações; disponibilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para trabalhadores; implementar um plano de contingência com estratégias e políticas necessárias para o enfrentamento da pandemia, considerando sua estrutura e realidade; observar o uso de máscara por visitantes e pacientes em atendimento ambulatorial ou presentes no serviço, entre outras ações. Dessa maneira, os cuidados devem seguir em todos os lugares.


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