Hospital Porto Alegre precisa de mais de R$ 1,5 milhão para colocar as contas em dia

Hospital Porto Alegre precisa de mais de R$ 1,5 milhão para colocar as contas em dia

Falta de dinheiro tem atrasado o pagamento dos 270 funcionários e de alguns fornecedores

Gabriel Guedes

Falta de dinheiro tem atrasado o pagamento dos 270 funcionários e de alguns fornecedores

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O pequeno Hospital Porto Alegre (HPA), situado na Azenha, vem operando com grande dificuldade em fechar as contas. Atualmente a instituição tem um déficit de cerca de 40%, algo que gira no valor aproximado de R$ 1,5 milhão mensais. A falta de dinheiro tem atrasado o pagamento dos 270 funcionários e dificultado o pagamento de alguns fornecedores, mas não estaria prejudicando os cuidados com os pacientes. O hospital é mantido pela Associação dos Funcionários Municipais de Porto Alegre (AFMPA), e segundo o seu presidente, João Paulo Galvez Machado, a instituição tem feito um esforço para seguir oferecendo condições ideais para o funcionamento, apesar da situação crítica.

Machado se defende, afirmando que o hospital tem sido alvo de denúncias infundadas, como folha de pagamento atrasada há mais de 3 meses e que recursos recebidos não teriam sido utilizados para cobrir as despesas. “Demos rancho, pagamos vale-transporte... Mas temos dificuldades reais, em virtude da pandemia, com aumento de custos. A receita não tem sido suficiente para cobrir os custos. Priorizamos os materiais e medicamentos e tentamos pagar os funcionários”, explica. “Pagamos em quatro parcelas a folha de fevereiro e ainda e ficou um saldo a pagar. Temos uma expectativa de saldar a folha de março também. O hospital está sendo administrado com muito cuidado, com muito respeito, com nutrição, material, com equipamentos de qualidade”, garante Machado.

O presidente da AFMPA lembra que o HPA existe por causa do funcionalismo municipal, quando foi criado em 1978, e lamenta pelo rompimento do contrato da instituição com o município, em 2016, ainda sob a gestão do então prefeito José Fortunatti. A situação forçou o hospital a procurar outras receitas, principalmente entre as operadoras de planos de saúde, fonte de recursos até hoje. Mas com a pandemia de Covid-19, surgiu a possibilidade de contratualização pelo Sistema Único de Saúde de 18 leitos de UTI e 34 de enfermaria, conforme informações da Secretaria Estadual de Saúde (SES). A situação ajudou o hospital a ter receita de uma forma mais regular, mas não resolveu tudo. “Desde então (de 2016), pegamos 60% das nossas contribuições sociais e pagamos despesas do hospital. As outras com os serviços prestados aos planos de saúde. Mas atualmente é o SUS que está realmente ajudando o hospital Porto Alegre a sobreviver”, destaca Machado.

A solução, de acordo com o presidente da mantenedora, seria a instituição contar mais leitos. “Precisaríamos ter 100 leitos para manter o equilíbrio financeiro. Espaço nós temos, mas precisamos qualificá-los. Nós somos um hospital pequeno”, sugere. Agora o hospital aguarda por um possível mutirão de cirurgias para melhorar sua situação. Possibilidade aventada na tarde da quinta-feira, em encontro do deputado estadual Dr. Thiago Duarte com o prefeito, Sebastião Melo, diretor do Hospital Porto Alegre (HPA), Jairo Dacás e o secretário municipal da Saúde, Mauro Sparta. Na ocasião, o parlamentar informou do encaminhamento de emenda de R$ 200 mil para “viabilizar a sustentabilidade econômica do Hospital Porto Alegre” afirmou.

 “Precisamos integrar o HPA a um mutirão de cirurgias traumatológicas e ortopédicas que se acumularam durante a pandemia, são mais de 10 mil casos só em Porto Alegre” explicou Duarte.


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