"Ilha flutuante” no Guaíba intriga frequentadores orla

"Ilha flutuante” no Guaíba intriga frequentadores orla

Especialista acredita que fenômeno pode se tratar de amontoado de vegetação arrastado pelas chuvas intensas

Gabriel Guedes

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Uma suposta ilha, que não existia numa região do Guaíba, foi observada na Zona Sul de Porto Alegre, na manhã desta terça-feira, e despertou curiosidade acerca do fenômeno. Poderia ser um efeito óptico ou até mesmo uma plantação de eucalipto na margem oposta, no município de Guaíba. Mas segundo apontou a Sala de Situação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Semai), pode se tratar de um aglomerado de vegetação arrastada do Rio Jacuí, depois das chuvas intensas, observadas na Metade Norte gaúcha na semana passada.

"Visualizei pela manhã na altura da capatazia do DMLU no calçadão de Ipanema. Era um monturo, mais um rastro de galhos, provavelmente. Não é na outra margem, é no meio do rio. Conheço bem aquele trajeto onde caminho diariamente”, conta o autor do registro e coordenador do gabinete de Comunicação Social da Prefeitura de Porto Alegre, Flávio Dutra. Segundo ele, o “objeto” avistado poderia provocar algum tipo de transtorno na navegação fluvial. “Pensei que talvez pudesse atrapalhar a navegação, só não sei se estava no canal”, acrescenta.

O hidrólogo da Sala de Situação, Lucas Giacomelli, acredita que o fenômeno realmente pode se tratar de um amontoado de galhos e troncos de árvore. À tarde, no mesmo local, já não se observava mais o ponto naquelas imediações. “Na altura ali de Ipanema, na outra margem, pode ter plantação de eucalipto. Mas acredito que não seja isso. O que observei, aqui na altura do Centro de Porto Alegre, é o transporte de galhos. Tivemos um evento de cheia, não muito significativo na bacia de contribuição do Guaíba, e desceram muitos galhos. Percebi que aqui, no Centro, alguns ficaram presos em bancos de areia. Então, muito provavelmente, sejam galhos alojados no Guaíba. Volta e meia isso acontece, mas quando tem uma corrente mais forte, ele desce mais à Lagoa dos Patos. Mas se não tem uma vazão mais forte, eles ficam presos. Muito provavelmente seja algo do tipo”, explica o técnico da Sema.


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