Impasse entre rodoviários e empresas de Porto Alegre permanece

Impasse entre rodoviários e empresas de Porto Alegre permanece

Rodada de negociações acabou sem acordo entre as partes

Felipe Samuel

Rodada de negociações terminou sem acordo

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Após mais uma rodada de negociação nesta segunda-feira para tentar resolver o não pagamento integral da remuneração e benefícios a motoristas e cobradores da Capital, o Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Porto Alegre (Stetpoa) e representantes de empresas de ônibus da Capital não chegaram a acordo. Novo encontro mediado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4) foi marcado para a próxima segunda-feira, às 9h. Apesar da indefinição, o Sindicato dos Rodoviários garante que a categoria vai trabalhar normalmente nesta terça-feira.

O impasse que mantém trabalhadores apreensivos e em compasso de espera decorre do pagamento de apenas 80% dos salários dos funcionários e da possibilidade de redução do vale-alimentação da categoria de R$ 27,50 para R$ 22. De acordo com vice-presidente do Stepoa, Sandro Abbade, várias empresas já estão sendo beneficiadas pela Medida Provisória 936/2020, editada para preservar o vínculo empregatício durante os efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia. "A reunião não avançou, as empresa não trouxeram esperança de poder regularizar ou ao menos sinalizar que vão regularizar", reforça.

Ao reconhecer as dificuldades enfrentadas pela população para se locomover, principalmente servidores da área da saúde, Abbade afirma que a categoria não vai fazer novas paralisações. Ele avalia que a interrupção dos serviços poderia prejudicar principalmente enfermeiros e técnicos em enfermagem que necessitam do transporte público. E por isso o sindicato tem consciência da importância de manter o serviço. "Não vai haver paralisação de nenhuma na empresa. Se for não é pelo sindicato, até porque estamos com número reduzido de trabalhadores na linha de frente", observa. 

Sobre a reunião desta segunda-feira, Abbade destaca que representante da Procuradoria-Geral do Município (PGM) explicou que a prefeitura canaliza boa parte dos recursos para a área da saúde. A informação praticamente afasta a possibilidade de o Executivo ajudar a custear as operações das empresas de transporte da Capital. Segundo o Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa), considerando a situação atual - de redução de passageiros e de horários - o custo total é R$ 42 milhões. A projeção de receita para abril é de R$ 16 de milhões. A PGE alega que os recursos da prefeitura estão voltados para a área da saúde. Não tem sinalização da prefeitura nesse sentido (de ajudar a custear a operação)", justifica.


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