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Incertezas marcam chegada de haitianos e senegaleses ao RS

Espaço destinado aos imigrantes é precário e Centro Vida faz mutirão para recolher itens básicos

Maioria manifestou interesse em ir para cidades como Caxias do Sul, Passo Fundo e Porto Alegre
Maioria manifestou interesse em ir para cidades como Caxias do Sul, Passo Fundo e Porto Alegre Foto : Tarsila Pereira
A chegada de um grupo de haitianos e senegaleses ao Rio Grande do Sul segue marcada por desencontros de informações. A expectativa era de que os imigrantes desembarcassem na Rodoviária de Porto Alegre na manhã desta segunda-feira, quando eram aguardados na Rodoviária de Porto Alegre por autoridades do governo do Estado e da Prefeitura. O grupo que saiu do Acre parou em Florianópolis (SC), onde foi deixado na madrugada de hoje. Na cidade, eles foram levados a um dos ginásios da capital catarinense, onde receberam os primeiros atendimentos e orientações.

Em Porto Alegre, o clima de incerteza se mantém. O espaço destinado aos haitianos no Centro Humanístico Vida, na zona Norte de Porto Alegre, é precário. Foram disponibilizadas salas, onde eles poderão ficar. No momento, há colchões e algumas roupas de cama e de uso pessoal, como roupas e toalhas. O espaço tem capacidade para 100 pessoas, mas será ampliado conforme a demanda. Os imigrantes vão contar também com refeitório e área de lazer.

O secretário municipal de Direitos Humanos, Luciano Marcantônio, reconhece que as condições não são as ideais. “Infelizmente, como não houve um comunicado oficial e antecipado do governo do Acre, acabamos fazendo tudo no improviso. Por isso, ainda pedimos doações de itens básicos, como roupas de cama e vestuário”, comentou. As doações podem ser entregues diretamente no Centro Vida, localizado na avenida Baltazar de Oliveira Garcia, das 8h às 18h.

A secretária estadual de Assistência Social e Trabalho, Ângela Albino, explicou que houve um mutirão para montar a estrutura e garantir o mínimo de condições aos imigrantes. “É uma estrutura temporária, com alimentação e colchões para descansarem, mas está muito longe do ideal. Não temos como mantê-los aqui”, afirmou ela, recordando que os funcionários começaram no sábado a montagem do local. A maioria dos imigrantes manifestou interesse em ir para Caxias do Sul, Passo Fundo e Porto Alegre, comentou Ângela. “Disponibilizamos telefones para que fizessem contatos com familiares e conhecidos, mas para muitos o destino ainda é incerto”, disse.

Viagem

Para deixarem Santa Catarina em direção ao Rio Grande do Sul, os imigrantes têm que comprar a passagem de uma linha de ônibus comum. Como muitos não possuem recursos próprios, ficam na dependência de conseguir o dinheiro. A secretária estadual de Assistência Social e Trabalho, Ângela Albino, explicou que o ponto crítico é a falta de informações. “A maioria deles está desorientada. Não tem certeza de onde ir ou como ir”, lamentou.

Em Santa Catarina, foram atendidas 44 pessoas, entre haitianos e senegaleses. A primeira ação foi realizar o cadastramento de todos. Em seguida, foram providenciadas carteiras de trabalho e realizados exames médicos. Cada um passou por uma consulta e recebeu as principais vacinas. Duas pessoas foram encaminhadas para um dos hospitais da cidade, por necessitarem de mais cuidados.