Infectologista alerta a população para cumprimento de protocolos para conter coronavírus

Infectologista alerta a população para cumprimento de protocolos para conter coronavírus

Eduardo Sprinz afirmou que momento requer política de redução de danos

Cláudio Isaías

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A população precisa seguir os protocolos recomendados pelas autoridades da área da saúde para conter o coronavírus. O apelo foi feito pelo médico Eduardo Sprinz, chefe de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), ao afirmar que as equipes estão cansadas devido ao trabalho incessante desde de março para salvar vidas.

"A gente precisa entender como é importante ter distanciamento físico, como é importante poder usar máscara e evitar aglomeração", destacou. Sprinz participou da audiência pública da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa, presidida pela deputada Sofia Cavedon (PT), ouviu o chefe de Infectologia do Hospital de Clínicas, Eduardo Sprinz, sobre a situação do contágio da Covid-19 no Estado.

Ele também falou sobre as pesquisas com as vacinas que estão sendo testadas. Os parlamentares aprovaram ainda um parecer a projeto de lei. Segundo Sprinz, nas eleições municipais foram registradas aglomerações e comportamentos inadequados. "Sozinho em um sala eu posso ficar sem máscara. Com outras pessoas é importante o distanciamento físico com proteção e não o distanciamento social", ressaltou.

Na audiência virtual, o chefe de Infectologia do Hospital de Clínicas falou sobre as pesquisas com as vacinas que estão sendo testadas e as perspectivas de vacinas para a Covid-19 no Rio Grande do Sul. Sprinz explicou que neste momento o mais importante é a política de redução de danos. "A gente tem que cobrar engajamento em atitudes, em exemplos dos representantes do povo, para que a mensagem seja clara no sentido de reduzir o risco de transmissão da infecção", afirmou. Para ele, é preciso que a população entenda como é importante ter distanciamento físico, usar máscara e evitar aglomerações. Sprinz, admitiu, no entanto, que isso é muito complexo. "A gente tem que mitigar estas situações e fazer com que as pessoas entendam. Precisamos lutar unidos para que um futuro próximo não seja pior", acrescentou.

Sobre a disponibilidade de vacinas contra a Covid-19, o médico infectologista afirmou que o mais importante é que a vacina apresente segurança e depois que ela consiga proteger a população contra formas graves da infecção. "Eu imagino que no primeiro trimestre ou quadrimestre de 2021, a gente consiga alcançar o patamar de segurança desejável e seja possível começar a distribuição à população", acrescentou.

A deputada Sofia Cavedon disse que realmente há divergências de opinião no país quando ao enfrentamento à pandemia. "As direções políticas têm divergências. Há visões diferentes quanto à naturalização da morte", exemplificou. O deputado Fernando Marroni (PT) afirmou que o país vive uma tragédia por conta de mandatários, como o presidente da República, que nega que a pandemia seja algo grave. O parlamentar prevê aumento do contágio se não houver campanhas de alerta por parte das autoridades brasileiras.

Marroni concordou com a existência de uma tensão protagonizada por setores econômicos, que a todo custo querem a retomada de atividades. Ele criticou o governador Eduardo Leite e o presidente Bolsonaro. "O governador está sendo irresponsável, o presidente Bolsonaro é um irresponsável" ressaltou. Para Marroni, o Brasil não tem autoridades responsáveis para realizar o enfrentamento que precisa ser feito antes que seja duplicada a tragédia no final de 2020.


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