Iniciada demolição de imóvel que causava riscos a pedestres em Porto Alegre

Iniciada demolição de imóvel que causava riscos a pedestres em Porto Alegre

Prédio fica na rua Baronesa do Gravataí, no bairro Menino Deus

Correio do Povo

Demolição foi iniciada na manhã desta quinta-feira

publicidade

A demolição de um imóvel do município, localizado na rua Baronesa do Gravataí, no bairro Menino Deus, foi iniciada na manhã desta quinta-feira. A iniciativa partiu de uma vistoria realizada por técnicos da Secretaria da Infraestrutura e Mobilidade e pela Defesa Civil, em 1º de julho. Conforme o documento, o teto do prédio e as estruturas internas apresentam risco de desabamento. Foi constatado também que o restante da cobertura apresenta o mesmo risco, incluindo a queda de telhas. Parte dos telhados, inclusive, já caiu sobre a calçada, colocando em risco a segurança dos pedestres. 

A recomendação dos técnicos do Município foi a demolição dos imóveis, cercamento do terreno e indicação para permuta da áreas. Técnicos da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) realizaram a retaguarda, abordagem e acompanhamento de cinco famílias que estão no local, que não fazem parte da Ocupação Baronesa. Equipes da fundação estiveram dias antes e reforçaram a oferta dos serviços como abrigos, albergues, Centros Pop.

O imóvel, que anteriormente havia sido cedido à Brigada Militar, sofreu um incêndio em março deste ano e depois foi ocupado, o que levou a Procuradoria-Geral do Município (PGM) a ajuizar ação de reintegração de posse. No dia 7 de junho, houve a desocupação do prédio. Para as 10 famílias que estavam na Ocupação Baronesa, foram ofertados os serviços da Fasc e auxílio moradia. Três famílias já estão usando o benefício em moradia alugada, uma vai ingressar na moradia no próximo mês. A fundação ainda aguarda a indicação do endereço do imóvel para o aluguel de três famílias. Outras três ainda não solicitaram o auxílio.

Saergs repudia demolição da Ocupação Baronesa 

O Sindicato dos Arquitetos no Estado do RS (Saergs) repudiou, por meio de nota, a ação da Prefeitura de Porto Alegre na Ocupação Baronesa. Segundo a nota, "a edificação foi destruída sob alegação de suposto risco de desabamento e as famílias que viviam na ocupação foram novamente despejadas". De acordo com a diretora do Saergs, Karla Moroso, o fato é lamentável visto que o prédio, apesar de não ser inventariado como patrimônio histórico, tem valor arquitetônico pois é um projeto de 1926, executado pela Prefeitura para atender o direito à moradia dos brigadianos, além de fazer parte da memória e da história da capital, em especial daquele território que conta ainda com a presença de quilombos. "O que está em jogo é o direito à moradia para as famílias que habitavam a Baronesa e que agora estão nas ruas, sem lar".

A diretora ressaltou, ainda, que é dever do poder público garantir moradia digna à população, principalmente às camadas mais frágeis da sociedade. "Destruir a Baronesa é, acima de tudo, uma inversão de valores. É deixar de lado a memória da cidade para violar ainda mais o direito humano à moradia". Conforme destacou a presidente do Saergs, Maria Teresa Peres de Souza, o sindicato já se manifestou contra o despejo das famílias e que, agora, o cenário se agravou de maneira preocupante.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895