Iniciada terraplanagem de distrito destruído por tragédia de Mariana

Iniciada terraplanagem de distrito destruído por tragédia de Mariana

Fundação Renova ainda aguarda liberações ambientais para construções

Agência Brasil

Fundação Renova ainda aguarda liberações ambientais para construções

publicidade

A Fundação Renova anunciou nesta quarta-feira o início da terraplanagem para instalação dos escritórios, sanitários, refeitórios e ambulatório do canteiro de obras para reconstrução de Paracatu. Trata-se de um dos distritos de Mariana (MG) destruídos pela lama liberada no rompimento da barragem da mineradora Samarco, em novembro de 2015.

A conclusão da implantação do canteiro, entretanto, não é suficiente para o início das obras. Ainda são necessários o aval dos órgãos de licenciamento urbanístico e a conclusão da análise ambiental.

A criação da Fundação Renova foi definida em acordo firmado no início de 2016 entre a União, os governos de Minas Gerais e Espírito Santo, a Samarco e suas acionistas Vale e BHP Billiton. Cabe a ela, com recursos das empresas, reparar todos os danos ambientais e socieconômicos decorrentes do episódio. Enquanto não concluir o reassentamento das famílias desabrigadas, a Fundação Renova dever arcar com os custos dos imóveis alugados para abrigá-los.

A reconstrução de Paracatu começou a sair do papel em 20 de novembro de 2018, quando a prefeitura de Mariana concedeu a dispensa de licenciamento ambiental para a implantação do canteiro de obras. A nova comunidade ocupará aproximadamente 95 hectares e abrigará cerca de 140 famílias. Seu projeto urbanístico foi aprovado pelos atingidos em votação em setembro. O desenho das casas também precisa levar em conta o desejo das vítimas e vem sendo desenvolvido a partir de entrevistas organizadas por uma equipe de 28 arquitetos da Fundação Renova.

Paracatu foi o segundo distrito de Mariana destruído após o rompimento da barragem. O primeiro foi Bento Rodrigues. Sua reconstrução está com os trabalhos mais adiantados. O canteiro de obras foi implantado em maio do ano passado e a comunidade tem sua entrega prevista para agosto de 2020.

Uma terceira comunidade destruída na tragédia é Gesteira, distrito de Barra Longa (MG). O terreno onde os desabrigados serão reassentados foi adquirido pela Fundação Renova no mês passado.

O cronograma de reconstrução divulgado pela Fundação Renova em 2016 previa o início da entrega dos novos distritos em 2019, o que não vai ocorrer. Em novembro do ano passado, o promotor do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Guilherme Meneghin, disse à Agência Brasil que já há um processo na Justiça para cobrar a aplicação de uma multa em benefício das vítimas por conta dos atrasos.

Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895