Integrantes da Lanceiros Negros reclamam de falta de estrutura em novo local

Integrantes da Lanceiros Negros reclamam de falta de estrutura em novo local

Famílias foram encaminhadas para Vida Centro Humanístico, na zona Norte de Porto Alegre

Vitória Famer / Rádio Guaíba

Integrantes da Lanceiros Negros reclamam de falta de estrutura em novo local

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Após a Brigada Militar cumprir uma ordem judicial e expulsar com uso de força o movimento Lanceiros Negros do prédio que ocupavam no Centro de Porto Alegre na noite dessa quarta-feira, as 65 famílias que estavam no local foram para outro ambiente que ainda não foi divulgado.

A integrante do movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e moradora do Lanceiros Negros, Nana Sanchez, explicou que as famílias haviam sido convidadas e convencidas pelas autoridades a se deslocarem ao Vida Centro Humanístico, na avenida Baltazar de Oliveira Garcia, no bairro Sarandi, na zona Norte da Capital, mas se surpreenderam com a falta de estrutura do galpão.

“Nós conseguimos um outro local para as famílias e por enquanto não vamos divulgar. Mas, na madrugada, não deu para ficar no abrigo que o Estado nos forneceu porque não tinha luz, nem água. Era um galpão, o mesmo galpão que colocaram as coisas, botaram as pessoas. Deixamos algumas pessoas cuidando das coisas, mas as crianças, as famílias, não tinham como dormir lá. Frio, frio, frio”, contou a moradora.

A integrante do MLB também contou que apesar da Brigada afirmar que haveria total estrutura para as famílias, não havia nem ao menos colchões no local. Além disso, Nana Sanchez afirmou que a força utilizada pelo policiamento militar foi desmedida.

“O que aconteceu conosco foi uma tortura. Uma tortura psicológica muito grande. Nós, dentro do prédio, passamos muito mal com as bombas de gás que tocaram nas pessoas que estavam fora. Fora não tinha crianças, mas dentro tinha. A operação da Brigada (Militar) foi totalmente desmedida. E o abrigo que nos expuseram era terrível", recordou.

"Quando eles chegaram, a polícia entrou e conversou com a gente dizendo que o abrigo era bom, que tinha tudo, que tinha cama, e não tinha nada. Não tinha um colchão. Eu estou muito indignada, muito mesmo. (Agora) nós estamos em um local muito tranquilo, com toda a estrutura, com comida. Lá não tinha comida, não tinha fogão”, relatou. Segundo Nana, o episódio não resolveu o problema de moradia para as famílias.

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