Janeiro é o mês com maior número de contágio pela Covid-19 no RS

Janeiro é o mês com maior número de contágio pela Covid-19 no RS

SES contabilizou 316.319 infecções desde o começo do ano

Felipe Samuel

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As festas de fim de ano e as aglomerações verificadas em várias regiões do Rio Grande do Sul refletem no aumento exponencial do contágio pelo novo coronavírus. Com mais 4.851 novos casos confirmados ontem pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), o total registrado em janeiro chega a 316.319, o equivalente a uma média de 10,2 mil casos por dia. É o maior número de diagnósticos confirmados em um único mês. 

Em relação a dezembro, quando a SES informou 12.964 casos confirmados para a doença, o crescimento é de 2.340%, ou seja, mais de 24 vezes superior ao registrado naquele mês. A explosão de infecções por conta da Covid-19 em janeiro, principalmente por conta da variante Ômicron, interrompe dois meses de redução do contágio verificado em novembro e dezembro. Apesar do número de mortes em decorrência do novo coronavírus não acompanhar o aumento vertiginoso do contágio, o número de óbitos supera dezembro e totaliza 412.

Na avaliação do professor do Serviço de infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Luciano Goldani, o aumento de casos já esperado no Brasil após os casos registrados na Europa. "Temos um número grande de infecções na forma leve e moderada, o que faz com que o sistema de saúde fique sobrecarregado", alerta. Ele explica que a variante Ômicron é muito contagiosa e por conta disso houve crescimento dos casos confirmados no país, apesar da boa cobertura vacinal da população.

Apesar da elevação dos casos confirmados para a doença, Goldani afirma o número de óbitos é menor em relação ao pico da pandemia no ano passado. Mas alerta que boa parte das internações atualmente corresponde a pacientes com esquema vacinal incompleto ou que não tomaram nenhuma dose da vacina. "Nesses grupos a Ômicron pode causar doença grave", afirma. "O aumento brutal de casos é em função das festa de final de ano e das férias em janeiro, com muita aglomeração especialmente da população jovem", completa.

Em comparação com o mês anterior, quando foram registradas 249 mortes em função da Covid-19, é um crescimento de 65,47%. Mesmo com boa retaguarda de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Estado, que conta com 3.078 leitos, as internações por Covid-19 mantêm alta consistente desde a segunda quinzena de janeiro. Dos 1.870 pacientes hospitalizados em estado grave, 529 apresentavam diagnóstico de Covid-19, ou seja, o equivalente a 28,3% do total.

Em 15 dias, as internações mais do que dobraram, passando de 252, no dia 16 de janeiro, para 529 até o início da noite de ontem. É o maior número de leitos de terapia intensiva ocupados por conta da Covid-19 em cinco meses. Desde 31 de agosto, quando eram 546 casos confirmados para a doença, não havia tantos pacientes em estado grave em decorrência da doença.


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