Juíza e CTG seguem com proteção policial em Livramento

Após celebrar o casamento coletivo de 29 casais, entre eles um par homoafetivo, a juíza Carine Labres, da comarca de Santana do Livramento na Fronteira Oeste, seguirá recebendo segurança policial por tempo indeterminado. A medida se deve a ameaças recebidas pela magistrada após o anúncio de que o casal gay havia se inscrito na cerimônia, marcada de início para um CTG. Mesmo com a troca do local do evento de última hora, a juíza e o CTG, que foi alvo de um incêndio criminoso na quinta-feira, seguirão tendo monitoramento 24 horas por parte da Brigada Militar.

Na sexta-feira, o coordenador de comunicação do Tribunal de Justiça (TJ) do Estado, Túlio de Oliveira Martins, confirmou que, além da BM, o núcleo de segurança do judiciário mandou representantes para acompanhar Carine, a única com escolta, neste momento, no Rio Grande do Sul.

Cabe, agora, à delegada Giovana Müller, titular da delegacia de polícia de Livramento, descobrir quem foram os responsáveis por atear fogo no CTG. De acordo com testemunhas, quatro pessoas foram vistas deixando a área atacada em um veículo VW Gol de cor branca, seguindo em direção à saída da cidade, na divisa com Rivera, no Uruguai. A delegada  ressaltou que as investigações serão retomadas nesta segunda-feira e testemunhas poderão ser reinquiridas, para tentar identificar o grupo.

A comunidade realizou um mutirão para tentar reerguer o CTG em tempo para a celebração dos casamentos, mas a cerimônia teve de ser transferida para o fórum da cidade. Solange Ramires e Sabriny Benitez foram declaradas casadas depois de um aparato de segurança ter sido montado em frente ao fórum e a entrada restrita aos noivos e familiares.