Laudo prévio aponta risco de desabamento do Esqueletão, no Centro de Porto Alegre

Laudo prévio aponta risco de desabamento do Esqueletão, no Centro de Porto Alegre

Estrutura "irrecuperável" deve ser demolida, mas alternativa não tem prazo pra ocorrer

Felipe Faleiro

Estrutura "irrecuperável" deve ser demolida, mas alternativa não tem prazo pra ocorrer

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O mês de agosto pode ser decisivo para o futuro do Esqueletão, no Centro Histórico de Porto Alegre. O laudo prévio do edifício, desenvolvido pelo Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (LEME) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), aponta risco de desabamento. Oficialmente, o assunto está com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), cuja área técnica está analisando complementações técnicas informadas pela Ufrgs, a partir de um pedido da própria Smoi e da Procuradoria-Geral do Município (PGM).

Uma reunião entre as partes foi realizada na semana passada, e o assunto é tratado como altamente sigiloso por todas elas. Da mesma forma, o próprio conteúdo do documento não está sendo divulgado antes de sua oficialização. Mas há alguns indicativos do que foi solicitado. Em junho, o titular da Smoi, André Flores, sinalizou que havia a necessidade de “riqueza de detalhes”, para que ficasse claro “os custos das alternativas ali aventadas, especialmente segurança, durabilidade dos materiais e proteção a incêndios”, afirmou.

A etapa é meramente burocrática, prevista no contrato para a realização do laudo, já que estas questões não estavam “suficientemente detalhadas”, disse. A alternativa mais viável para o prédio deve ser mesmo sua demolição, demonstrada tanto por posicionamentos do próprio Flores, ao dizer que “a estrutura é irrecuperável”, quanto pelo prefeito Sebastião Melo, que chegou a conversar sobre o assunto com a FBI Demolidora, empresa responsável pela implosão, no começo deste ano, do antigo edifício da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP).

A alternativa para o Edifício Galeria XV de Novembro, nome formal do Esqueletão, é sua recuperação, mas apenas o laudo deverá concluir a melhor opção para o projeto. O edifício, que tem 19 andares e está inacabado desde a década de 1950, foi desocupado em setembro de 2021. A avaliação por parte da Ufrgs começou no mês seguinte, ao custo de R$ 255 mil, e tem prazo de 13 meses a partir desta data para ser concluído, ou seja, novembro deste ano.

No entanto, espera-se que o documento seja finalizado e tenha suas últimas análises finalizadas antes deste prazo. Hoje, o acesso ao Esqueletão é proibido e ferramentas tecnológicas, a exemplo de drones, estão sendo utilizados para auxiliar nas verificações por parte dos técnicos. A Prefeitura busca uma solução definitiva para o edifício, localizado ao lado da Praça XV de Novembro, dentro do projeto de revitalização do Centro Histórico, que segue em andamento na Capital.


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