Laudo sobre água de Porto Alegre não aponta irregularidades, afirma Dmae

Laudo sobre água de Porto Alegre não aponta irregularidades, afirma Dmae

Desconforto tem origem em uma substância externa no processo de tratamento do Dmae

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Responsável pelo cheiro e gosto desagradáveis na água tem origem em substância do tratamento feito pelo Dmae

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* Com informações do repórter Lucas Rivas e Cíntia Marchi 

O laudo realizado sobre as alterações na água potável de Porto Alegre não conseguiu apontar nenhuma irregularidade. Dos 132 parâmetros investigados nas amostras coletadas de quatro pontos diferentes, nenhum identificou a origem do problema.


De acordo com o diretor geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Antônio Elisandro de Oliveira, o desconforto tem origem em uma substância externa no processo de tratamento do próprio órgão. "Não foi apontado nenhuma irregularidade, ao contrário, ampliou e reforçou aquilo que já esperávamos da segurança da potalidade da nossa água. É um somatório de quesitos orgânicos com a contribuição de resíduos industriais", disse o diretor.



Após três horas de reunião, o diretor apresentou as análises feitas até o momento sobre a água, ao lado da diretora e presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Ana Pellini, no final da tarde desta segunda-feira. Oliveira reforçou que o Dmae e a Fepam continuarão o trabalho de investigação para tentar esclarecer as causas da alteração e que a água que está sendo servida à população oferece a “segurança da potabilidade”. "Não podemos afirmar (as causas) enquanto estamos investigando, mas vamos continuar com este tratamento avançado", afirmou.

O diretor-geral do Dmae acrescentou que a área de monitoramento está entre o Cais Navegantes e a Arena do Grêmio. “Temos muitas situações para investigar naquela região, como o despejo de resíduos industriais, ali tem concentração de aterros, teve muitos locais de triagem de lixo, tem depósitos de entulhos, a movimentação no cais e a água contaminada que chega de rios como o Caí, Sinos e Gravataí que estão entre os mais poluídos do Brasil”, citou. 


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Em relação à suspeita que pairava sobre uma empresa de tratamento de efluentes no bairro Navegantes, de onde foi colhida uma amostra para as análises, a Fepam recomendou apenas que a empresa instale um filtro de ozônio no ponto de onde são lançados os resíduos para o Guaíba. Oliveira acrescentou ainda que o Dmae seguirá usando uma tecnologia avançada com o uso de carvão ativado e dióxido de cloro que são aplicados no processo de pré-tratamento.

A respeito do novo ponto de captação que ficaria próximo ao Saco do Ferraz, no rio Jacuí, o Dmae informou que já deu início ao processo de licenciamento ambiental junto à Fepam. A partir desse novo ponto, a água não seria mais captada junto ao Cais Navegantes, próximo das vias Câncio Gomes com a Voluntários da Pátria, que hoje abastece os sistemas São João e Moinhos de Vento (regiões Norte e Central).

De acordo com o projeto, o novo canal teria quatro metros de diâmetro e capacidade para transportar 12 metros cúbicos de água por segundo até o atual ponto de captação. “É uma obra complexa que deve ser construída a cerca de 30 metros abaixo do leito do Guaíba, exige estudos detalhados e estamos colocando com prioridade, apesar de ela estar prevista no Plano de Saneamento com projetos que seriam feitos ao longo de 20 anos”.

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