Live internacional discute papel do jornalismo na cobertura da pandemia

Live internacional discute papel do jornalismo na cobertura da pandemia

Profissionais de diferentes países compartilharam suas experiências em evento online 


Christian Bueller

Live ocorreu nesta sexta-feir

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O webinário “Cobertura da vacina Covid-19: O que os jornalistas precisam de saber” reuniu, nesta sexta-feira, profissionais de diferentes países para compartilharem suas experiências a respeito do trabalho sobre a pandemia. O evento foi transmitido aos cinco continentes, organizado pelo Centro Knight para o Jornalismo nas Américas da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, ao lado da Unesco e da Organização Mundial da Saúde, com financiamento da União Europeia.

Divido em três painéis de uma hora, o evento foi conduzido pela renomada jornalista de saúde e ciência Maryn McKenna, pesquisadora sênior do Center for the Study of Human Health, da Universidade Emory. Na primeira etapa, falaram os jornalistas científicos André Biernath, do Brasil, Federico Kukso, da Argentina, Kai Kupferschmidt, da Alemanha e Yves Sciama, da França. Eles discutiram o que constitui uma boa cobertura da vacina e compartilharam as melhores práticas sobre o tema.

Combate à desinformação

Presidente Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Ciência (RedeComCiência), André Biernath destacou a lentidão da imunização no país e ressaltou a importância no combate às fakes news. “Temos a obrigação de acabar com a desinformação. No Brasil, é uma situação sui generis porque muitas destas notícias falsas vêm do próprio governo. Ouvimos histórias absurdas: vacinas com microchips ou que pessoas podem se transformar em jacarés ao se vacinarem. Temos que explicar os processos científicos para tranquilizar as pessoas”, frisou.

O colega argentino lembrou da pouca oferta de vacinas e opinou sobre o que motiva as fake news. “O medo atrai cliques, isto explica porque há veículos que as propagam. Jornalistas ligados à política, por exemplo, dão opiniões, mas muitas vezes não dão informações, não há perícia”, pontua Kukso.

O jornalista alemão lembrou da velocidade dos fatos e defende o equilíbrio na comunicação. “Tudo acontece ao mesmo tempo, são muitos dados. Pela primeira vez, são tipos de vacinas diferentes, o que não ocorre contra o sarampo”, diz Kupferschmidt. Para ele, “é preciso manter a mente aberta, não ficar preso às porcentagens e saber como podemos fazer as vacinas chegarem na maior parte do mundo”. Já o francês Yves Sciama entende que a função do jornalista levar as notícias, não tentar convencer as pessoas. “Sobre as fake news, claro que há segundas intenções, neste sentido, mas a mídia progrediu bastante nos últimos tempos.

Desenvolvimento 

No segundo painel do webinário, Maryn e convidados exploraram os principais desenvolvimentos científicos por trás das vacinas, com o objetivo de ajudar os jornalistas a compreender o significado global desses desenvolvimentos. Entre os palestrantes, estavam a representante da OMS Kate O’Brien, a imunologista Purvi Parikh e a coronavirologista Angela Rasmussen.

O encerramento levou os especialistas Claire Hannan da U.S. Association of Immunization Managers, Josh Michaud da Kaiser Family Foundation, e Scott Ratzan da escola de saúde pública da CUNY, a examinarem os desafios logísticos da distribuição internacional de vacinas, incluindo desafios socioeconômicos. “A imprensa independente e profissional desempenha um papel crucial em ajudar os cidadãos a conseguir e compreender informações relevantes para tomar decisões que impactam a vida”, disse Xing Qu, vice-diretor-geral da Unesco.


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