Locação de imóveis cresce em Porto Alegre em 2022

Locação de imóveis cresce em Porto Alegre em 2022

Apesar de grande número de anúncios, os negócios voltaram aos níveis de antes da pandemia

Christian Bueller

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Um cenário comum resultante dos momentos mais severos da pandemia ainda é perceptível em algumas regiões de Porto Alegre: o elevado número de placas anunciando propostas de aluguel e venda de imóveis. Na Rua dos Andradas, no Centro Histórico, estabelecimentos em sequência fecharam em virtude de problemas relacionados à suspensão de atividades, determinada por decretos municipal e estadual a fim de diminuir a propagação da contaminação por Covid-19. No entanto, um estudo realizado pelo Departamento de Economia e Estatística do Sindicato da Habitação (Secovi/RS), sobre o mercado de aluguéis em Porto Alegre, mostra que o panorama não é tão preocupante como se imagina.

O período analisado é de 2018 até abril deste ano, abrangendo todos os bairros da Capital que oferecem espaços para locações. Segundo a economista e responsável pelo setor do Secovi/RS, Lucineli Jeremias da Silva Martins, em relação a locações comerciais, o ano de 2020 teve uma desaceleração na locação de salas e lojas, com uma queda nos aluguéis de 29,4%. “Em 2021, os negócios voltaram a acontecer no nível de pré-pandemia”, comentou. Apesar de parecer o contrário, o Centro Histórico, em 2022, representa cerca de 24% das locações de imóveis comerciais e cerca de 12% das locações residenciais.

Os bairros onde mais se alugou imóveis comerciais neste ano foram o Centro, Petrópolis, Moinhos de Vento, Rio Branco e Floresta, conforme dados do estudo. A expectativa é de que neste ano o aluguel de imóveis em geral continue a crescer. “Com o aquecimento da economia essa é uma tendência que se pode esperar do mercado de aluguéis”, pontua Lucineli. A locação de pavilhões ou depósito vem aumentando consideravelmente, principalmente nos bairros São Geraldo e Navegantes.

Maior procura no Petrópolis

Quando o assunto é lugar para morar, os dados também são alvissareiros, segundo Lucineli. “O levantamento apontou que na área residencial os números são muito próximos aos de 2021, indicando estabilização. A recuperação da economia será fundamental para as locações”, comenta. A apuração mostra que os apartamentos com dois dormitórios apresentaram em 2021 a maior procura dos últimos quatro anos – sem levar em conta 2022: a participação foi de 33,8%. O destaque é para o bairro Petrópolis, onde houve maior procura por locações, seguido pelos bairros, Centro Histórico, Partenon, Bom Fim, Menino Deus e Santana.

Já os imóveis no formato JK (imóvel sem paredes internas e normalmente com apenas o banheiro separado) ainda estão em recuperação: em 2018 tal formato de residência atingiu 11,19% e neste ano chegou a 7,85%. Em 2020 foi de 8,54% – muitos contratos estavam em andamento – e em 2021 caiu para 6,54%. A maior parte dos JKs estão localizados no Centro, Cidade Baixa e bairro Bom Fim. 


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