Geral

Lojistas estimam prejuízo de R$ 1,5 milhão com protestos em Porto Alegre

Bancos e estabelecimentos comerciais foram pichados e depredados por vândalos

Alguns lojistas fecharam as portas devido aos estragos
Alguns lojistas fecharam as portas devido aos estragos Foto : Rafaella Fraga / Especial / CP
Porto Alegre volta a contar prejuízos após mais uma noite de protestos, que teve início com uma caminhada pacífica, e terminou em pichações, depredações, saques, confrontos com a polícia e dezenas de presos. A estimativa do Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas) é de que as perdas cheguem a R$ 1,5 milhão (somadas as três últimas manifestações). 

Além disso, conforme a entidade, os estabelecimentos comerciais calculam uma queda de 60% no faturamento devido ao fechamento antecipado das lojas em dias de manifestação. Na segunda e na quinta-feira da semana passada, o prejuízo estimado com danos a vidros, fachadas, depredação de equipamentos, pichações e saques superava R$ 600 mil. Mas somente nessa segunda, o saldo de prejuízo pode chegar a R$ 900 mil.

Dia de limpeza

O dia é de limpeza pelas ruas da Capital. Diversas lojas que amanheceram pichadas fecharam as portas para calcular os estragos. O principal alvo dos vândalos foram agências bancárias e lojas no bairro Cidade Baixa - em especial, as situadas na rua João Alfredo - e no Centro, em importantes ruas e avenidas do eixo, como Borges de Medeiros, Salgado Filho e Andradas.

Vidraças foram quebradas e estabelecimentos comerciais foram invadidos e saqueados. Diversos empresários utilizaram tapumes de madeiras para evitar atos de vandalismo em suas propriedades, mas os objetos não impediram a ação dos criminosos.

De acordo com o Comandante de Policiamento da Capital (CPC), coronel Alfeu Freitas, um dos presos carregava na mochila uma televisão LCD furtada de uma das lojas do Centro. Diversos produtos de uma loja de cosméticos da avenida Salgado Filho foram levados – porém, parte foi recuperada logo em seguida. Roupas, acessórios como bolsas e mochilas, além de artigos esportivos, também foram furtados.


Bancos e estabelecimentos comerciais foram depredados durante o manifesto de ontem / Foto: André Ávila

Marcha começou em paz e terminou em caos


Por volta de 17h, um grupo de manifestantes começou a se reunir no Paço Municipal, em frente ao prédio da Prefeitura da Capital, para dar início ao protesto. Uma hora depois, o ato popular contava com carro de som e cartazes contra a aprovação da PEC 37, corrupção, gastos excessivos com a Copa do Mundo de 2014 e apelos por mais saúde e educação.

Mesmo sob chuva, a marcha seguiu da avenida Borges de Medeiros até a avenida Mauá, passando pela Loureiro da Silva. Manifestantes obtiveram apoio dos moradores da região quando entoavam um coro que dizia: “Quem apoia pisca a luz”. Em muitos apartamentos as luzes foram ligadas e desligadas.

Porém, um grupo se dispersou e deu início à depredação. Nas ruas da Cidade Baixa, os vândalos promoveram quebra-quebra. No Centro, um confronto se iniciou entre os próprios manifestantes na Esquina Democrática, o que gerou mais dispersão e correria. O saque à loja na Borges de Medeiros fez a Brigada Militar (BM) agir. Foram lançadas bombas de gás lacrimogêneo, por um lado, e pedras pelo outro. O confronto cresceu, virou embate.

Aos saqueadores, a manifestação, que reuniu cerca de 10 mil pessoas, proporcionou oportunidades. Dezenas de vândalos — a maioria com o rosto encoberto — aproveitaram a ausência policial e invadiram unidades comerciais, furtando produtos e equipamentos eletrônicos.

Bookmark and Share