Lotação de UTIs de Porto Alegre chega a 63,85%

Lotação de UTIs de Porto Alegre chega a 63,85%

Internações por outras enfermidades ainda são maioria frente a casos da Covid-19

Jessica Hübler

Rede hospitalar trabalha para manter funcionamento sem saturação

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A lotação das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) em Porto Alegre já chega a 63,85%, conforme monitoramento disponibilizado pela Secretaria Municipal da Saúde. Do total de 556 leitos adultos não especializados, 11 estão bloqueados, 355 estão ocupados, sendo 12 com casos suspeitos do novo coronavírus e 38 com pacientes que já tiveram o diagnóstico confirmado da doença. Até o momento, 273 pacientes, que representam a maioria das internações, estão nas UTIs por outras enfermidades.  

Entre os hospitais da Capital, somente o Hospital da Restinga opera com 100% de lotação. Os 10 leitos operacionais estão ocupados, mas nenhum deles com pacientes da Covid-19. A segunda unidade hospitalar com a maior ocupação é o Hospital Vila Nova, com lotação de 85% dos 20 leitos de UTI, atendendo 17 pacientes, entre eles nenhum com suspeitas do novo coronavírus. O Hospital Moinhos de Vento atende o maior número de pacientes confirmados com o novo coronavírus, chegando a 15 e dois suspeitos.   

Nos leitos de UTI do Hospital Nossa Senhora da Conceição e do Hospital de Clínicas, são atendidos nove pacientes confirmados em cada. No Conceição ainda estão internados nove pacientes suspeitos e no Clínicas dois. De acordo com o diretor de Atenção Hospitalar da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), João Marcelo Lopes Fonseca, a Capital possui mais leitos do que é informado no monitoramento, chegando a 615 leitos de UTI adulto no total, mas nem todos estão direcionados para atendimento da Covid-19. O Conceição e o Clínica são considerados os “hospitais referência” para atendimento e internação de pacientes com Covid-19.  

"Todo mundo está preocupado e se preparando. Como diz o ministro (da Saúde), o vírus não escolhe classe social", reitera. Fonseca explica que os procedimentos eletivos também foram suspensos, para que os hospitais não ficassem sobrecarregados. De modo geral, os casos mais graves do novo coronavírus devem ser internados no Clínicas ou no Conceição. Assim que os pacientes receberem alta, poderão ser transferidos para hospitais de média complexidade. "O número de leitos é maior, ainda tem espaço para mais paciente crítico de UTI, estamos em uma margem segura por causa das medidas adotadas desde o início, com o isolamento precoce", destaca.  

Fonseca enfatiza que é importante manter o distanciamento social, porque nos próximos 15 dias "vamos colher o que fizermos agora". "Esse ganho de tempo é o diferencial para termos uma capacidade de atender bem mais com segurança, para dar tempo de preparar o sistema de saúde, para termos condições de atender bem esses pacientes", diz.  

 

Dados do Estado ainda não foram disponibilizados  

De acordo com o Plano de Contingência Hospitalar Estadual, o Rio Grande do Sul conta hoje com 1.001 leitos de UTI Adulto SUS e 624 leitos de UTI Adulto na rede privada. Com relação à lotação dos leitos, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) informou que o acompanhamento diário dos casos de internação por Covid-19 no Estado começou a ser implementado no dia 8 de abril, por meio do sistema de monitoramento de leitos mas, até o momento, os dados não foram cadastrados. Conforme a SES, a previsão é de que o levantamento esteja disponível nos próximos dias, pois depende de os hospitais repassarem as informações.  

O sistema, desenvolvido pela SES em conjunto com a Secretaria de Governança e Gestão Estratégica e a Companhia de Processamento de Dados do RS (Procergs), permitirá que sejam confirmados pelos hospitais os números de leitos clínicos, leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e até de respiradores disponíveis. O objetivo do monitoramento, segundo a SES, é melhorar a ocupação dos leitos, potencializando as vagas e facilitando transferências que podem ser necessárias por parte da regulação. O sistema vai gerar um panorama completo de cada momento da rede hospitalar pública e privada para fins de análise e tomadas de decisões e ações dos gestores da SES.


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