Lotações de Porto Alegre ainda sofrem com a falta de passageiros

Lotações de Porto Alegre ainda sofrem com a falta de passageiros

Crise causada pela pandemia da Covid-19 afetou o setor que vinha apresentando problemas em função da redução de clientes em razão da chegada dos aplicativos

Cláudio Isaías

Crise causada pela pandemia da Covid-19 afetou os lotações que vinham apresentando problemas em função da redução de clientes em razão da chegada dos aplicativos

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Quem passa pelos terminais de embarque dos lotações na avenida Borges de Medeiros ou na rua Doutor Flores, no Centro Histórico de Porto Alegre, percebe uma diminuição no número de passageiros. A crise causada pela pandemia da Covid-19 afetou o setor que já vinha apresentando problemas em função da redução de clientes em razão da chegada dos aplicativos.

Em conversa com os motoristas das linhas Partenon / Pinheiro, Glória, Jardim Vila Nova, Menino Deus e Otto Teresópolis, todos foram unânimes em afirmar que os lotações amargam prejuízos com a falta de passageiros. Condutor há mais de 15 anos da linha Jardim Vila Nova, Sérgio Ricardo Meirelles, afirmou que o movimento ocorre mesmo nos horários de pico (nas primeiras horas da manhã e no final de tarde).

"Depois disso, transportamos meia dúzia de pessoas. O movimento por conta da crise caiu muito", destacou. Nem mesmo a reabertura do comércio foi suficiente para melhorar o serviço. "O sábado é um dia que o serviço melhora um pouco", acrescentou. Motorista da linha Menino Deus, Érico Menezes disse que os usuários têm optado pelos lotações muito em função de que algumas linhas de ônibus demoram para passar nos bairros. 

A Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação (ATL) destacou que os permissionários estão vivendo uma crise nunca vista antes. Antes da pandemia do coronavírus, os permissionários, segundo a entidade, já sofriam com a concorrência dos aplicativos. Antes da crise causada pela pandemia, os lotações transportavam uma média de 150 pessoas por dia.

Em outubro, depois de seis meses de uma crise financeira causada pela pandemia, o serviço de lotações na Capital começou a ter uma pequena recuperação, segundo avaliação da ATL. Na época, o que teria contribuído para a melhora, foram as flexibilizações anunciadas pela prefeitura, como a abertura do comércio de rua e dos shoppings.

Hoje, estão em operação em Porto Alegre um total de 200 lotações de uma frota composta por 370 veículos. No auge da pandemia, entre os meses de março a junho, circularam na cidade entre 70 e 80 carros.

Porto Alegre conta com 370 veículos que atendem 95% dos bairros da Capital - em 31 linhas e 38 automóveis na categoria especial nas linhas Restinga e Belém Novo. Cada micro-ônibus transporta 21 passageiros sentados e 25 nas linhas especiais e são equipados com ar condicionado e bancos reclináveis. Um total de 16% dos veículos já opera com o motor Euro V, que diminui a emissão de gases poluentes.


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