Médico diz que falta de enfrentamento à Covid-19 sai mais caro que a prevenção

Médico diz que falta de enfrentamento à Covid-19 sai mais caro que a prevenção

Ricardo Zordan participou de uma reunião na Câmara de Vereadores de Porto Alegre nesta terça-feira

Gabriel Guedes

Zordam reforçou que a falta de enfrentamento à Covid-19 sai mais caro que a prevenção

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Convidado para participar de reunião sobre os custos da Covid-19, promovido pela Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e Mercosul (Cefor) da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, o médico urologista Ricardo Zordan, mestre em patologia, com atuação no Hospital Moinhos de Vento e Exército Brasileiro, reforçou nesta terça-feira que a falta de enfrentamento à doença sai mais caro que a prevenção.

Zordan comparou a Covid-19 a um acidente de carro e lembrou que mesmo após a alta hospitalar, o paciente segue gerando custos. “Será que aqueles recuperados estão efetivamente recuperados ou ainda gerando custos, encaminhando aposentadorias, etc? As consequências da Covid-19 não param apenas de pegar e desaparecer o vírus do corpo. Elas seguem”, afirmou.

O médico ainda lembrou que o Brasil é um país exemplo de sucesso no enfrentamento à AIDS, um exemplo em campanhas de vacinação e que poderia ter utilizado melhor esses conhecimentos no combate à Covid-19 e na redução de custos. “Uma diária em leito de UTI custa de 2,5 mil a 3 mil reais por dia. A implantação de um leito custa 180 mil reais. Mas uma dose de Coronavac custa 16 reais e a da AstraZeneca, 20 reais”, comparou novamente. Ele ainda acrescentou os custos de liberação de leitos em hospitais, que envolvem constante troca de equipamentos de proteção individual, limpeza e higienização.

Além disso, Zordan disse aos vereadores presentes, a presidente da Comissão, Bruna Rodrigues (PCdoB), Airto Ferronato (PSB) e Moisés Barbosa (PSDB), que o principal custo da Covid-19 não pode ser contabilizado em reais. “O custo principal é a morte, que não se calcula em dinheiro, mas em vidas. Perdem-se pessoas talentosas, os cabeças pensantes. Muita coisa fica para trás”, concluiu.


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