Mais da metade das casas de bombas de Porto Alegre não funcionam

Mais da metade das casas de bombas de Porto Alegre não funcionam

Apenas 42 pontos funcionam na Capital, informou secretário de Serviços Urbanos

Jessica Hübler

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Mais da metade das bombas, que seriam responsáveis pelo escoamento de água da chuva, não funcionam de forma adequada em Porto Alegre. A informação foi repassada pelo secretário de Serviços Urbanos da Capital, Ramiro Rosário, que admite a defasagem nas casas de bombas da cidade. Outro fator responsável pelos alagamentos históricos, apontado por ele, é a falta de manutenção das redes pluviais. “Infelizmente a cidade acabou não atentando a isso durante muito tempo”, ressaltou.

Das 88 bombas existentes, apenas 42 estão em funcionamento. Além disso, um dos equipamentos principais, localizado na Casa de Bombas (CB) Silvio Brum, na zona Norte, apresentou problemas ontem e foi um dos fatores que influenciaram no alagamento ainda mais crítico na região. A avenida Sertório, que apresenta um problema crônico, ficou alagada durante toda a quinta-feira, mesmo após a trégua da chuva.

O problema na única bomba que estava em funcionamento, das 7 existentes na Casa de Bombas Silvio Brum, foi a queima do rotor e, conforme Rosário, as equipes de manutenção foram prontamente acionadas e trabalharam no local para solucionar o problema. “O poder público tem uma dívida histórica com a drenagem urbana, isso há décadas, por falta de investimento. Houve impermeabilização do solo e não teve uma contrapartida. Fora a questão do saneamento. Metade das residências da cidade ainda possui esgoto misto e isto causa efeito nas redes pluviais, como corrosões”, explicou Rosário.

Segundo ele, a cidade tem que buscar se preparar para as chuvas. “Temos um déficit de drenagem gigantesco. Estamos trabalhando para melhorar isso”, ressaltou. No final da próxima semana, a reforma de uma bomba da CB Silvio Brum deve ser finalizada. Desta forma, duas das 7 bombas estarão em atividade. O alagamento generalizado em Porto Alegre, de acordo com Rosário, ocorreu principalmente por conta do padrão da chuva. Em cerca de 10 horas, o volume de chuva em diversos bairros da cidade superaram a média histórica de dezembro.

“Os locais com maior concentração de água fogem do padrão das últimas chuvas. Os maiores problemas foram os arroios”, explicou. Rosário destacou ainda que, o Arroio Areia, que passa por 14 bairros das zonas Norte e Noroeste da Capital, passará por obras de drenagem custeadas com recursos federais a partir do próximo semestre.

As intervenções devem ultrapassar o valor de R$ 100 milhões e, segundo o secretário, devem levar melhorias para as regiões, que incluem as avenidas Sertório, Assis Brasil, Plínio Brasil Milano e Visconde de Pelotas, entre outras. Cerca de 7 mil metros de galerias pluviais devem ser implantados e pelo menos sete reservatórios para a contenção de água das chuvas.

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