Manifestantes acendem velas em homenagem às 500 mil vítimas da Covid-19, em Porto Alegre

Manifestantes acendem velas em homenagem às 500 mil vítimas da Covid-19, em Porto Alegre

Grupo exibia faixas com mensagens pedindo a vacinação em massa, contra o racismo e em defesa dos povos indígenas

Felipe Samuel

Grupo acendeu velas em memória aos brasileiros que perderam a vida para Covid-19

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Familiares de vítimas da Covid-19, lideranças religiosas e ativistas de movimentos sociais se reuniram no início da noite desta terça-feira, no Monumento ao Expedicionário, na Redenção, em Porto Alegre, para uma homenagem às mais de 500 mil mortes registradas na pandemia no país.

O grupo acendeu velas em memória aos brasileiros que perderam a vida em decorrência da doença, durante o ato intitulado "500 velas para 500 mil mortes". Os manifestantes exibiam faixas com mensagens pedindo a vacinação em massa, contra o racismo e em defesa dos povos indígenas. 

Além da cerimônia com acendimento de velas, nomes de vítimas da Covid-19 foram lembrados no ato, promovido pelo movimento Respira Brasil e o Fórum Inter-religioso e Ecumênico do Rio Grande do Sul, entre outros. Uma das entidades organizadores do protesto, a Associação das Vítimas e Familiares de Vítimas de Covid 19 (Avico Brasil) explica que cada vela acesa representa mil histórias de vidas sacrificadas.

Presidente da entidade, Gustavo Bernardes, 46, afirma que a manifestação visa acolher as famílias afetadas pela pandemia. Bernardes viveu na pele o drama de contrair a doença. Em 23 novembro do ano passado, testou positivo para a doença. Com falta de ar e 80% do pulmão comprometido, acreditou que não sairia do hospital com vida. Antes de pedir para o médico para ser intubado, ligou para a família para se despedir.

Após 27 dias internado, teve alta. "As pessoas entraram no hospital e desapareceram, não tiveram direito a velório, e enterro decente. As famílias não puderam trabalhar a despedida. O nosso objetivo é justamente homenagear as pessoas que foram vítimas da Covid-19 e destacar o descaso das autoridades", observa.

Com orientação para evitar aglomerações, utilizar máscaras de proteção e álcool gel, os manifestantes acompanharam emocionados a cerimônia. "Muita gente está fazendo pouco caso da dor, das perdas das pessoas que precisam trabalhar nesse luto. A homenagem é para as pessoas e familiares que estão sofrendo com a ausência das pessoas e visa fortalecer as famílias para que elas consigam retomar as suas vidas", explica.

"O ato visa também acolher as minorias que estão sendo afetadas pela pandemia. A pandemia não atinge todo mundo de maneira igualitária, têm pessoas precisando trabalhar", completa. 


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