Marchezan pode liberar horários estendidos para comércio, shoppings e gastronomia em Porto Alegre

Marchezan pode liberar horários estendidos para comércio, shoppings e gastronomia em Porto Alegre

Representantes dos segmentos também pediram abertura aos domingos em reunião com prefeito nesta quarta-feira

Gabriel Guedes

Novas flexibilizações foram discutida em reunião, nesta quarta-feira, entre representantes dos segmentos e prefeito da Capital

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Em um novo encontro com o prefeito Nelson Marchezan Junior, no Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus, empresários do setor de comércio, serviços, gastronomia e shoppings defenderam que o comércio volte a abrir até mais tarde durante a semana, bem como bares, restaurantes e os centros de compras funcionem em horários estendidos e também aos domingos em Porto Alegre. Marchezan, sinalizou que pode atender nos próximos dias aos pleitos apresentados na reunião nesta quarta-feira, em nova etapa de flexibilizações. Os líderes também pediram maior previsibilidade e o prefeito afirmou que um calendário de retomadas está sendo desenvolvido para breve.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Irio Piva, que diz estar passando pelos shoppings da Capital, vê o movimento ainda bastante reduzido. “Se as pessoas não saem de casa, não têm motivo para se vestir. Penso que a atividade de cinema precisa retomar, atrai as pessoas para dentro do shopping. A volta de pequenos eventos, creio também que faria bastante diferença neste momento”, argumentou. “Os horários deveriam ser liberados, por que não faz sentido, já que os protocolos são extremamente rígidos”, acrescentou o representante dos shoppings, Claudio Luiz Zaffari. “Não vejo que uma hora ou duas implique nos cuidados protocolares”, avaliou o empresário. Arcione Piva, vice-presidente do Sindilojas, foi mais direto no pedido. “Até 22h para shoppings e aberturas aos domingos e lojas de rua até 18h30min ou 19h”, frisou.

Sandro Zanette, vice-presidente do Sindha, sindicato que agrega os empresários do ramo de gastronomia, disse que o setor ainda não conseguiu retomar o ritmo. A maioria, segundo ele, estão trabalhando na faixa dos 30 a 40% de como era antes da pandemia. “Tem operações chegando a 50% e outras abaixo de 30%. As cafeterias e restaurantes precisam trabalhar concomitante com o varejo”, pediu.  “Domingo é fundamental para a gente. A maioria dos restaurantes não está conseguindo usar os 50% do protocolo. A gente sabe que sem este faturamento não há sustentabilidade. E em breve vai acabar uma série de benefícios, como a redução de jornada. As coisas também aumentaram. E aí não conseguimos repassar para nossos clientes. Então, a autorização de funcionar até a meia-noite também ajuda”, resumiu a presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-RS), Maria Fernanda Tartoni. A empresária ainda sugeriu um aumento na capacidade de uso das mesas para até seis pessoas, o que facilitaria, na opinião dela, que famílias maiores pudessem retornar aos estabelecimentos.

O prefeito se mostrou animado com os índices de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva na Capital, que tem reduzido aos poucos. “Temos uma tendência de redução. E alguns leitos estamos fechando. Estamos descontratualizando. Então este é o bom sinal”, colocou Marchezan. Mas ele demonstrou cautela ao empresariado. “Não vamos ter a segunda ou terceira onda em Porto Alegre. Provavelmente não teremos. E esperamos que isso não ocorra. E se ocorrer, que não ocorra no Natal. Por isso não queremos correr muito”, defendeu. Caso tenha que voltar atrás no endurecimento das medidas, o prefeito disse que apenas a educação não receberia sanções. “Agora chegou a hora de respirar um pouco. A economia tem um limite a aguentar. Mas não temos problema em dar um passo atrás, é a vida”, afirma Zaffari.

O diretor da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), Fernando Villarinho, pediu maior agilidade nas flexibilizações. “Precisamos aproveitar esta elasticidade, porque em janeiro e fevereiro vamos ter um cenário muito ruim com o fim de auxílios para a população. São meses já tradicionalmente muito ruins em Porto Alegre”, apontou. “A gente deve ter decretos entre hoje (ontem) e amanhã (hoje). Mas devemos chegar mais perto do que vocês querem nas próximas duas semanas”, previu Marchezan.


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