Mesmo sem receber o último lote, RS mantém vacina pentavalente em estoque

Mesmo sem receber o último lote, RS mantém vacina pentavalente em estoque

Com interdições a lotes recebidos pelo governo brasileiro, regiões do país enfrentam falta de doses

Tiago Medina

Desabastecimento ocorria desde novembro quando doses apresentaram problemas na qualidade

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Apesar de não ter recebido o lote previsto para o mês passado, os estoques de vacina pentavalentes ainda estão em quantidade suficiente no Rio Grande do Sul, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES). Uma nova remessa destas doses deve chegar ao Estado nos próximos dias, normalizando a situação. 

Imunizando contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e doenças causadas por Haemophilus influenza tipo b, a pentavalente é indicada para crianças a partir dos dois meses de vida. O calendário de vacinação do Ministério da Saúde também prevê aplicações de reforço aos quatro e aos seis meses de idade. 

No entanto, há problema de abastecimento no país dela, em razão de a Anvisa ter interditado lotes adquiridos pelo governo brasileiro três vezes em 2019 por não apresentarem a eficácia esperada. A notícia da interdição mais recente foi publicada nessa quinta, no Diário Oficial. E vacinas desse lote viriam para o RS. A SES assegura que as vacinas que já estão no Rio Grande do Sul passaram por testes e garantem a imunização. 

Segundo a pasta, os municípios gaúchos podem possuir quantidades que vieram de lotes anteriores, o que garante estoque à população. Houve um aviso prévio de que problemas de abastecimento poderiam acontecer: “Os municípios já haviam sido informados pelo Estado que o Ministério da Saúde estava com dificuldade no abastecimento da doses. Tão logo a Secretaria da Saúde volte a receber as doses, elas serão encaminhadas para os municípios”, diz a nota da SES. 

Até o momento, não houve comunicação formal de que alguma cidade do RS esteja em falta das doses. “Para um melhor aproveitamento das doses, alguns municípios centralizam as vacinas em alguns postos estratégicos (ao invés de todas UBS), já que, após abertos, os frascos tem uma validade limitada”, complementa a nota. Caso não haja a vacina no momento, a pessoa receberá a orientação de quando e onde ir. 

Em Porto Alegre, conforme a Secretaria Municipal da Saúde, a cobertura está completa e não há problemas de falta da pentavalente. A reportagem do Correio do Povo entrou em contato com postos de saúde de diferentes bairros e, em todos os consultados, a vacina estava disponível normalmente. 

Interdição gera falta de vacinas pelo país

Em razão da interdição do lote da Anvisa, cerca de 30 cidades do interior de São Paulo estão sem doses disponíveis. O problema se repete em outras regiões do país. Em nota, o Ministério da Saúde argumentou que irá pedir substituição dos lotes que foram considerados ineficazes: 

“O Brasil adquire a pentavalente por meio do Fundo Rotatório para Aquisições de Imunobiológicos da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), pois não existe vacina com registro no Brasil. Embora sejam pré-qualificados pela Organização Mundial de Saúde, antes de sua distribuição para a população, o produto é avaliado pelo Instituto Nacional de Controle e Qualidade dos Produtos de Saúde. Os lotes mais recentes recebidos do laboratório Biologicals E Limeted Índia foram reprovados. O Ministério da Saúde solicitará a sua substituição à Opas”, afirma a nota. 

De acordo com o ministério, mais de 400 mil doses da vacina estão sendo encaminhadas para estados que trabalham com o laboratório Serum Índa. A medida deverá regularizar os estoques em todo o país, segundo a pasta, sem precisar a data de envio dos lotes. 


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