Mesmo sob medidas de isolamento, fluxo de carros aumenta no trânsito de Porto Alegre

Mesmo sob medidas de isolamento, fluxo de carros aumenta no trânsito de Porto Alegre

Muitas lojas pela capital gaúcha seguem com as portas fechadas

Eduardo Amaral

Aumento no número de carros nas ruas de Porto Alegre demonstra a saída gradativa da quarentena

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O número de pedestres nas ruas de Porto Alegre ainda é pequeno, mas quem circulou na cidade, na manhã desta quinta-feira, percebeu um aumento do fluxo de carros. Nas principais avenidas da zona Norte e zona Sul foi possível ver um trânsito intenso, ainda sem lentidão, mas já com as pistas tomadas por veículos.

O número de carros é um dos elementos que demonstra a saída gradativa da quarentena, embora a maior parte das atividades econômicas ainda estejam suspensas em razão das medidas de isolamento adotadas pelo governo estadual. 

Na avenida Assis Brasil, uma das principais ligações da zona Norte com o Centro, o trânsito foi intenso durante toda manhã. O mesmo se repetiu em outros pontos da cidade, como na avenida Azenha, na zona Sul. Nas calçadas, o movimento era menor, com exceção das agências da Caixa Econômica Federal (CEF) e lotéricas, mais uma vez com grandes filas e aglomerações.

Proprietários de lojas buscam alternativas 

Com poucas pessoas nas ruas, muitos lojas estão com as portas fechadas e os proprietários buscam alternativas para seguir funcionando. A loja de eletrônicos de Hamilton Puchalski, localizada na Assis Brasil, foi uma das tanta que sofreu diretamente o impacto da baixa circulação. “Vendemos muitos produtos de conveniência. Tem clientes que passam aqui na frente e compram um carregador, às vezes nem precisa, mas só de olhar, acaba comprando. Esse tipo de venda não temos mais.” 

Puchalski disse que os prejuízos maiores vieram nas primeiras semanas quando a loja foi fechada. A volta parcial às atividades veio com uma queda de aproximadamente 50% nas vendas. Para conseguir minimizar o problema, ele precisou se adaptar e reforçou as vendas por tele-entrega, muitas vezes com ele mesmo levando os produtos aos clientes. A loja tem quatro funcionários, que tiveram as funções remanejadas para poder se adaptar ao momento. 

Movimento de pessoas ainda é pequeno. Foto: Alina Souza

Mesmo com a queda nas vendas, Puchalski relatou que conseguiu recuperar uma parte do faturamento que lhe permite manter a loja que está aberta há menos de um ano. “O nosso público também procura muita coisa para home office, por exemplo, temos vendido muitos cartuchos de impressora, que saíam pouco anteriormente.” 

Ainda assim, ele ainda está fazendo contas para quitar as dívidas e o recente investimento para abrir esta filial, já que a matriz da loja é em Gravataí, na região Metropolitana, e mais outras duas filiais. “Pegou todo mundo de surpresa, porque o investimento ainda está sendo pago.”

Para o proprietário, a preocupação maior é como manter o negócio com o fluxo menor de pessoas. “Se tiver que continuar trabalhando assim vamos ter que negociar com o aluguel com a imobiliária”, disse Puchalski.

O espaço tem um custo aproximado de R$ 10 mil por mês. O que pode ajudar a minimizar o impacto é a venda de videogames, que cresceu em tempos de pandemia. 


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